Economia

Reunião nesta terça-feira (29/04) pode definir reajuste dos combustíveis

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postado em 29/04/2008 08:38
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta terça-feira (29/04) com os ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda), além do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, para discutir o reajuste no preço dos combustíveis. No encontro, o governo deverá definir os percentuais e a data de reajuste da gasolina e do óleo diesel. O mercado aposta em um aumento dividido em duas parcelas de aproximadamente 5% -uma até junho e outra em dezembro. O objetivo é tentar diluir o impacto na inflação até 2009. O preço dos derivados de petróleo é liberado nas distribuidoras e postos, mas fixado pela Petrobras nas refinarias. O último reajuste feito pela estatal foi em setembro de 2005 (10% para gasolina, 12% para o diesel). Naquela ocasião, o barril de petróleo estava em aproximadamente US$ 60. Atualmente, já ultrapassou US$ 100. Em tese, com a liberação do mercado, em 2002, a Petrobras deveria reajustar os preços dos derivados vendidos no mercado interno de acordo com as variações do mercado internacional. Dessa forma, manteria o seu preço sempre próximo ao custo de importação de combustíveis, o que poderia vir a permitir competição no setor. A empresa, no entanto, vinha mantendo um discurso no qual dizia que a cotação no mercado internacional refletia especulações e que não iria repassar esse tipo de oscilação de curto prazo para o mercado interno. Agora, com a intervenção política direta do governo, fica clara outra preocupação: tentar manter a inflação, já pressionada com a alta dos alimentos, sob controle. A gasolina representa quase 5% do IPCA. O impacto do aumento no diesel é menor, não chega a 1% do IPCA, e, com isso, a expectativa é que seja anunciado antes. Pelos cálculos feitos por consultorias, o preço interno dos derivados de petróleo está com uma defasagem em relação ao seu custo internacional de cerca de 20%. Não há expectativa de que a Petrobras faça um reajuste dessa ordem. As pistas de que haverá reajuste já foram dadas pelo próprio Lula. Na sexta, o presidente reconheceu que há uma defasagem grande nos preços.

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