postado em 29/04/2008 13:30
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou nesta terça-feira (29/04) que a economia dos Estados Unidos está "muito lenta" e que isso se refletirá nos dados de crescimento que serão anunciados quarta-feira (30/04).
"Penso que mostrarão que é uma economia muito lenta", afirmou ao ser questionado sobre o que esperava dos números do PIB (Produto Interno Bruto) para o primeiro trimestre.
"Porém, não posso adivinhar qual será o valor de crescimento", acrescentou, ao afirmar que não foi informado de antemão sobre os números da economia.
A atual crise na atividade de construção residencial afetou a expansão do PIB no quarto trimestre do ano passado, que cresceu apenas 0,6%. O indicador do PIB referente aos investimentos fixos no setor residencial caiu 24% no período (maior desde o quarto trimestre de 1981, quando houve retração de 35%), o que custou ao PIB 1,18 ponto percentual.
O dado do quatro trimestre de 2007 marcou um forte recuo em relação ao terceiro, quando a expansão do PIB foi de 4,9%. No ano passado como um todo, a economia dos EUA cresceu 2,2%, menor desempenho desde 2002, quando a expansão foi de 1,6%. Em 2006, a economia americana teve aumento de 2,9%.
Indicadores divulgados nesta terça-feira (29/04) sobre o mercado imobiliário mostram que o problema ainda está longe de uma solução: empresa RealtyTrac (que compila dados sobre o setor imobiliário) informou que o número de proprietários de imóveis residenciais nos EUA que já receberam ao menos uma notificação referente a ação de despejo chegou a 649.917 --um aumento de 112% na comparação com os 306.722 no primeiro trimestre de 2007.
Além disso, o índice S/Case-Shiller, também divulgado nesta terça-feira, mostrou que os preços dos imóveis residenciais em 20 regiões metropolitanas dos EUA tiveram queda em fevereiro, como mostra o recuo de 12,7% no na comparação com fevereiro de 2007. O índice reflete o desempenho fraco das vendas de imóveis pelo país e o aumento do estoque de imóveis vagos --o que contribui para reduzir ainda mais os preços. Na comparação com janeiro, a queda foi de 2,6%.
"Não há sinal de um limite para as quedas dos preços", disse o presidente do comitê da Standard & Poor´s (S) que apura o índice, David Blitzer. Segundo a pesquisa, o índice referente às 10 das principais regiões metropolitanas, caiu 13,6% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2007, e 2,8% em relação a janeiro.