Economia

Indústria responde à demanda, mas alguns setores preocupam, diz FGV

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postado em 30/04/2008 17:17
O investimento das indústrias está conseguindo responder à altura a alta da demanda interna, mas alguns setores estão com níveis de uso da capacidade instalada em níveis muito altos, informou nesta quarta-feira a FGV (Fundação Getúlio Vargas). O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada), divulgada hoje pela FGV junto com o ICI (Índice de Confiança da Indústria), ficou em 85,2% em abril, no mesmo nível do mês anterior. Já nos dados com ajuste sazonal, o indicador de abril ficou em 85,6%, uma leve alta de 0,3 ponto percentual sobre janeiro (85,3%). "É uma alta pequena [nos dados com ajuste], mostra uma acomodação", disse Aloísio Campelo Júnior, coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV. "A indústria tem seus investimentos, que responderam à demanda." O Nuci está em níveis altos, se levado em conta que a média histórica é de 82%. "Mas esse é um patamar que chama investimento", explica Campelo. "Mostra que novos investimentos serão importantes para atender a demanda." Porém, os dados da Sondagem da Indústria da Transformação indicam que alguns setores "descolam" dessa percepção, já que estão com um Nuci bem acima da média histórica. São os casos, por exemplo, da metalurgia, da mecânica e dos materiais de transporte. O Nuci da metalurgia, por exemplo, atingiu 93%, enquanto que a média histórica dos últimos 10 anos é de 89,8%. Já a de material de transporte (que inclui as montadoras e toda a cadeia de autopeças) está em 92%, contra média histórica de 80,3%. "Eles também investem, mas a demanda desses setores está muito aquecida", disse Campelo. Uma prova desse aquecimento é que esses setores, coincidentemente, também lideram entre as empresas que mais temem escassez de matéria-prima, que tem maior número de turnos, que tem maior tempo para fornecimento e com maior perspectiva de aumento de custos.

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