Economia

Índice Bovespa tem leve recuo após euforia

Depois de romper pela primeira vez os 70 mil pontos, o Ibovespa desacelerou e Bolsa opera abaixo desse índice

postado em 02/05/2008 12:25
Depois de romper pela primeira vez os 70 mil pontos, o Ibovespa - que reúne os 63 papéis de maior liquidez do mercado nacional - desacelerou levemente, e opera aos 69.364 pontos, em alta de 2,2%. O volume negociado é de R$ 4,8 bilhões. O dólar comercial cai 0,9%, cotado a R$ 1,649. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) tem um dia de euforia nesta sexta-feira (02/05), primeiro dia de operações após a elevação da nota de risco do Brasil para grau de investimento pela Standard & Poor´s na última quarta-feira (30/04). "No curto prazo, o mercado está ajustando pela surpresa que foi o anúncio do grau de investimento, esperado para o segundo semestre do ano, mais para o final do que pro início do semestre. No curto prazo, pode haver barriga de queda, e eventualmente, fechar um dia no negativo, para ajustes, mas depois manter a tendência de alta com consistência", avaliou Álvaro Bandeira, da corretora Ágora Senior. "A alta está refletindo o "investiment grade´ recebido na quarta-feira, o bom desempenho da Dow Jones ontem em Nova York [expansão de 1,48%], e o reajuste dos preços da gasolina, também anunciado na quarta-feira. Vai ser um dia de ajuste", disse Fausto Gouveia, analista da Alpes Corretora. Risco Brasil A Prosper Corretora também atribui, em relatório aos investidores, a alta do Ibovespa à elevação da classificação de risco do Brasil. "Impulsionado pela notícia do investment grade, o Ibovespa já opera em forte alta. No mercado externo os futuros também operam em alta, influenciados por dados sobre emprego acima das expectativas nos EUA", informa. "Há um clima positivo no mundo. Os dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos melhores do que o esperado e a ação conjunta dos Bancos Centrais para a injeção de liquidez hoje, ajudam os mercados lá fora, que seguem em alta", diz Bandeira. Na quarta, após a Standard & Poor´s anunciar a elevação do Brasil a "investment grade", a Bolsa já tinha disparado 6,33% - em seu melhor pregão desde outubro de 2002 - e fechou aos 67.868 pontos, sua nova máxima histórica. Novo contexto Para Tavares, embora uma boa parte dos investidores já tenha antecipado a elevação da nota de risco, "no curtíssimo e curto prazo os preços dos ativos financeiros do país devem se valorizar", devido a ajustes a esse novo contexto. "Acreditamos que, nos próximos dias, depois de um momento inicial de oscilações mais bruscas, o Ibovespa se acomode perto dos 70 mil pontos e o dólar perto dos R$1,60", disse. Segundo Álvaro Bandeira, a expectativa é de dólar ainda mais fraco, mas com expectativas de ação do governo para intervir na tendência. "A tendência é de queda, mas o governo tem mecanismos para domar e evitar que empresas exportadoras não tenham resultado ruins", disse. As ações da Vale são vítimas desse movimento, conforme Bandeira, e as ordinárias da empresa recuam 0,31% nesta sexta-feira. Por outro lado, entre as principais altas estão as ordinárias da Rossi Residencial (13,81%), as preferenciais das Lojas Americanas (13,39%), as ordinárias da B2W - que controla sites de varejo - (11,16%), as preferenciais da Gol (8,56%) e da Cesp (7,79%). Com elevado peso nas negociações da Bovespa, as ações ordinárias da Petrobras sobem 1,04% e as preferenciais, 1,42%.

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