Economia

Bovespa fecha em alta e com novo recorde histórico

Após encerrar pregão com alta de 6,33% nesta quarta-feira, com o anúncio da elevação do Brasil a grau de investimento, bolsa fecha sexta-feira com recorde de 69.366 pontos. Na máxima registrada, índice chegou a 70.973

postado em 02/05/2008 18:12
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta nesta sexta-feira, ainda sob o efeito da elevação da nota de risco do Brasil para grau de investimento pela Standard & Poor´s na última quarta-feira (30/04). A sessão foi de euforia no mercado, com o Ibovespa ultrapassando pela primeira vez os 70 mil pontos no início das operações. Apesar de ter desacelerado ao longo do pregão, o Ibovespa fechou em nível recorde, aos 69.366 pontos - alta de 2,21% sobre quarta-feira. Na máxima registrada hoje, o índice chegou aos 70.973 pontos. O volume negociado foi de R$ 11 bilhões, quase o dobro da média diária verificada em abril. O dólar comercial fechou em baixa de 0,84%, cotado a R$ 1,65, enquanto o turismo ficou a R$ 1,75, em baixa de 2,77%. Os papéis de segunda linha, que tradicionalmente não figuram entre as principais valorizações da Bovespa, foram destaque na sessão desta sexta-feira. "O destaque do dia não foi Vale, Petrobras e Guerdau, mas papéis de segunda linha, que estavam devendo, como os do setor da construção, aviação e bancário", disse Arthur Ferrone, operador da Souza Barros Corretora. A obtenção do grau de investimento pelo Brasil abriu a perspectiva para os investidores avaliarem outras opções de papéis, além daqueles de maior liquidez na Bovespa, segundo Gilberto Pereira dos Santos, chefe de análise do Banco Espírito Santo. Para Ferrone, esse movimento indica para volatilidade do mercado nos próximos dias. "Antes, havia um bloco de papéis para bombar. Agora, embaralhou tudo. A estimativa é de volatilidade, com tendência de alta. Sobe três e cai três, com destaque para construção", avaliou o operador da Souza Barros. Entre as maiores altas da Bovespa, despontaram as ordinárias as ordinárias da B2W --que controla sites de varejo--, com alta de 18,14%, as preferenciais das Lojas Americanas (16,72%), as ordinárias da Rossi Residencial (15,94%), as ordinárias da Cyrela (14,66) e as preferenciais da Duratex (10,97%). "É uma primeira correção de preços em função do grau de investimento. Os investidores estão procurando identificar outros papéis. Não dá para dizer, no entanto, que os papéis da Lojas Americanas vão manter esse patamar", disse Santos. Ele observa que entre as principais valorizações desta sexta-feira estão papéis que "estavam devendo uma correção técnica". Para Álvaro Bandeira, da corretora Ágora Senior, o momento é positivo ao mercado de capitais brasileiro, que deverá passar por um momento de ajuste de preços dos ativos. "No curto prazo, pode haver barriga de queda, e eventualmente, fechar um dia no negativo, para ajustes, para depois manter a tendência de alta com consistência", avaliou Bandeira. Dados divulgados nos Estados Unidos nesta sexta-feira também animam o mercado e os investidores, sobretudo a eliminação de 20 mil vagas no país em abril, abaixo das expectativas. O dado foi visto como sinal de resistência da economia americana, que atravessa uma crise nos mercados imobiliário e de crédito. Outro dado recebido com relativo otimismo foi o de pedidos às fábricas nos EUA em março, que registraram um crescimento de 1,4%, recuperando-se em relação a fevereiro, quando houve uma queda de 0,9%, e de uma queda ainda mais acentuada em janeiro, que foi de 2,3%.

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