postado em 04/05/2008 10:30
Genebra - Os principais xerifes das finanças internacionais se reúnem a partir deste domingo (04/05) na Basiléia, Suíça, para debater a turbulência internacional e os riscos da queda acentuada do crescimento nas nações ricas. Com o preço dos alimentos e da energia atingindo marcas inéditas, a principal preocupação dos presidentes de bancos centrais será a de dar sinais de que vão fazer o necessário para controlar a inflação.
O encontro ocorre na sede do Banco de Compensações Internacionais (BIS, conhecido como o banco central dos bancos centrais) e contará com a presença dos presidentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Banco Central Europeu, bem como de Henrique Meirelles, do BC do Brasil.
Pela primeira vez, o Brasil participa do evento na condição de economia com grau de investimento. Na Basiléia, a obtenção do status é um reconhecimento à política monetária e fiscal do País. A aposta dos banqueiros na Basiléia é de que o Brasil, ao lado de China, Rússia, Índia e os demais emergentes, possa compensar a recessão nas economias ricas em 2008 e manter os mercados em expansão. A obtenção do grau de investimentos pelo Brasil, portanto, vem em um momento adequado para que se dê sinais positivos aos investidores, apontam os especialistas do BIS.
Mas o encontro entre os BCs das principais economias ocorre em meio a um dilema. De um lado, os governos e ministros de Finanças dos países ricos querem medidas para incentivar o crescimento econômico. Na Europa, as novas projeções alertam que o continente terá uma taxa de crescimento de apenas 1,8% em 2008. A crise imobiliária americana já contaminou os mercados de Irlanda, Inglaterra e Espanha.
De outro lado, a inflação atinge taxas jamais vistas nos últimos 12 anos. Na prática, isso tem impedido que o BC europeu reduza a taxa de juros, já que agravaria ainda mais a inflação. Os europeus, portanto, não conseguiram sair do dilema e tomar ações, como os Estados Unidos, de promover um corte drástico das taxas de juros.