Jornal Correio Braziliense

Economia

Presidentes de BCs acreditam no ingresso de mais capitais no Brasil

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Basiléia - A nova classificação de risco do Brasil, promovido a grau de investimento pela agência Standard & Poor's na quarta-feira passada, tende a representar o ingresso de mais capital de longo prazo no país. A análise é de autoridades monetárias presentes à reunião dos presidentes de bancos centrais que ocorre, neste domingo (04/05), na sede do Banco Internacional de Compensações (BIS), na Basiléia, Suíça. De acordo com os presidentes de BCs do México, da Turquia e da Argentina, o novo rating da agência tende a elevar a demanda por títulos da dívida do Brasil e atrair investimentos com tempo de permanência maior que o do capital especulativo. Para o Guillermo Ortiz Martínez, governador do Banco Central do México, o Brasil tende a ser beneficiado por uma espiral positiva de entrada de recursos. "O que está acontecendo com o Brasil aconteceu com o México. Haverá maior demanda pelos papéis da dívida", disse Martínez, cujo país obteve o grau de investimento da S em 2000 e de todas as agências de classificação de riscos dois anos depois. Ainda em busca do grau de investimento para seu país, o presidente do BC da Turquia também comentou a promoção do Brasil. "Sim, é muito possível que haja maior ingresso de capital", avaliou Durmus Yilmaz, em rápida declaração. Outra autoridade que falou brevemente aos jornalistas foi o presidente do Banco Central da Argentina. Bem humorado, Martin Redrado foi mordaz ao responder se o Brasil poderia esperar mais investimentos com a nova classificação: "Nós sempre nos contentamos com algumas migalhas", afirmou, em tom de confirmação. A reunião do BIS ; a primeira da qual o presidente do BC do Brasil, Henrique Meirelles, participa após o novo rating do país ; prossegue nesta segunda-feira pela manhã, na Basiléia. O encontro deve ter como tema central a inflação, cujas taxas atuais são as maiores dos últimos 12 meses. No início da tarde, o presidente do Banco Central Europeu e porta-voz do grupo, o francês Jean-Claude Trichet, deve fazer um pronunciamento à imprensa sobre a avaliação das autoridades monetárias acerca da crise internacional iniciada nos Estados Unidos em 2007.