postado em 05/05/2008 13:35
O preço do barril de petróleo superou nesta segunda-feira (05/05) pela primeira vez a barreira dos US$ 120 em Nova York, por volta das 12h15 (de Brasília), depois de novos problemas em áreas de produção na Nigéria, maior produtor africano. A desvalorização do dólar frente ao euro também pesa.
Logo após atingir a máxima histórica de US$ 120,21 na Nymex (New York Mercantile Exchange), o barril de "light sweet crude" para entrega em junho diminui a alta, ficando em US$ 119,73 às 12h35.
Já o petróleo Brent, referência na Europa, marcou hoje um recorde em US$ 118,50 na Bolsa Intercontinental de Futuros (ICE Futures) de Londres, afetado pelo temor de uma interrupção do fornecimento.
O principal motivo da alta é outro ataque em um oleoduto operado pela Shell na região de produção de petróleo da Nigéria, no fim de semana. Além disso, investidores aproveitam para ir às compras por causa do fraco volume durante o feriado no Reino Unido, Japão e Coréia, no fim da semana passada.
"O mercado [de óleo] está pressionado por notícias do Iraque, onde forças da Turquia estão envolvidas novamente em confrontos, e da Nigéria, onde insurgentes atacaram três dutos de petróleo que alimentam o terminal de exportação no fim de semana", explicou à agência Associated Press Addison Armstrong, diretor de pesquisa de mercada do Tradition Energy in Stamford.
Rebeldes no Iraque disseram neste domingo que podem promover ataques suicidas contra interesses americanos para punir os Estados Unidos por compartilhar dados estratégicos com a Turquia, país que anunciou ter matado 150 em ataques no Iraque no fim de semana. Negociadores de petróleo se preocupam com um possível conflito que suspenda a produção naquele país.
Na Nigéria, o porta-voz da Royal Dutch Shell disse que a produção de petróleo na região caiu após os ataques de rebeldes.O país é o maior produtor africano de óleo cru.
Além disso, o enfraquecimento do dólar (moeda em que a commodity é cotada) dá a investidores mais motivos para comprar a matéria-prima. Muitos compram petróleo para se proteger da desvalorização da moeda americana e de pressões inflacionárias.