Economia

Automóveis puxaram crescimento da indústria, diz CNI

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postado em 05/05/2008 16:25
O aumento da produção industrial brasileira no primeiro trimestre deste ano foi puxado por poucos setores. Segundo dados divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), veículos automotores, máquinas e equipamentos e metalurgia básica responderam por 64,4% da expansão de 7,6% ocorrida nos três meses iniciais do ano, em comparação com igual período de 2007 "Estes segmentos são os motores do crescimento industrial no primeiro trimestre", afirmou o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco. No indicador de horas trabalhadas, que mede a produção física, 63% do crescimento de 6% no primeiro trimestre ocorreu em função dos setores de alimentos e bebidas, máquinas equipamentos e veículos automotores Esses três segmentos também responderam por 65% da expansão de 4 9% do emprego industrial nos três primeiros meses do ano. De acordo com a CNI, a expansão dos postos de trabalho ainda responde pela maior parte do avanço da massa salarial, mas os rendimentos reais estão ganhando relevância nesse aumento Selic O economista-chefe da CNI afirmou que o impacto do aumento da taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, para 11,75% ao ano - anunciado na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) - deve ter, no segundo trimestre deste ano, um reflexo ainda marginal na indústria como um todo, já que o aperto da política monetária leva alguns meses para se fazer sentir. O economista disse acreditar, no entanto, que a elevação dos juros, somada à valorização do real em relação ao dólar, pode afetar alguns setores no segundo trimestre de 2008, sobretudo aqueles em que há competição acirrada com os produtos importados como, por exemplo, vestuário, calçados, tecidos e móveis Em entrevista, Castelo Branco argumentou que, em 2007, havia espaço para o consumo da produção doméstica e dos importados, mas, agora, há um certo descompasso entre o crescimento das importações e da demanda doméstica. Na avaliação do economista, o grau de investimento dado ao Brasil na semana passada pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S) deve causar uma nova onda de valorização do real. "Na média, esses dois fatores (juros e valorização do real) não serão significativos para a indústria no segundo trimestre, mas, em alguns setores, que já estão com ritmo de produção mais baixo, deve haver um arrefecimento da produção", afirmou Castelo Branco Ele acrescentou que, embora o grau de investimento crie a expectativa de um aumento de entrada de capital com custos mais baixos, as taxas de juros, no curto prazo, devem ser influenciadas mais pela política monetária interna do que pelo grau de investimento

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