Economia

Petróleo pode chegar a US$ 200 em dois anos, diz Goldman Sachs

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postado em 06/05/2008 10:30
O preço do petróleo pode chegar a US$ 200 dentro dos próximos dois anos, como parte de uma "súbita disparada" provocada por dificuldades na ampliação da oferta mundial do produto, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira (06/05) pelo banco americano de investimentos Goldman Sachs. "Acreditamos que a atual crise de energia pode estar chegando a um pico, à medida em que um crescimento inadequado da oferta se torna aparente", diz o comunicado do banco, citado pela agência de notícias Reuters. "A possibilidade de chegarmos a ficar entre US$ 150 e US$ 200 por barril parece cada vez mais provável no período dos próximos seis a 24 meses, embora prever qual poderá ser o pico atingido pelos preços do petróleo, bem como a duração do ciclo de altas, permanece uma grande incerteza", diz a nota. No fim do mês passado, o presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Chakib Khelil, disse a um jornal argelino que o preço da commodity pode atingir US$ 200. Ele disse ao jornal estatal argelino "El Moudhajid" que os preços podem subir até US$ 200, mesmo que considere que a oferta do produto é adequada, devido à desvalorização do dólar - moeda pelo qual a commodity é cotada. "Os preços estão altos tanto pelo fato da recessão nos Estados Unidos quanto pela crise econômica que tem atingido diversos países. A situação tem efeito na desvalorização do dólar. A cada vez que o dólar cai 1%, o preço do barril sobe US$ 4, e vice-versa", disse. "Se não fossem problemas geopolíticos e a queda do dólar, os preços do petróleo não estariam neste nível." Para o Goldman, a baixa capacidade ociosa de produção nos países da Opep, as restrições aos investimentos estrangeiros em países produtores e o crescimento acentuado da demanda, mas baixo na oferta, em países de fora da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) irão contribuir para a disparada do petróleo. Nesta terça-feira, o preço do petróleo cravou nova marca recorde, US$ 120,93, depois de ter cruzado na segunda-feira a marca de US$ 120 pela primeira vez na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês). O ataque contra um oleoduto operado pela Shell na região de produção de petróleo da Nigéria, no fim de semana, está entre as principais causas para a disparada do barril do início desta semana. O enfraquecimento do dólar (moeda em que a commodity é cotada) frente a outras moedas, como o euro, também serve como incentivo para os investidores, que buscam proteção contra a desvalorização da moeda americana e pressões inflacionárias. O ministro do Petróleo de Angola, Desidério Costa, disse que os países produtores de petróleo não são responsáveis pelos preços recorde da commodity e que não estão lucrando com essa situação. "O lucro não está indo para o produtor", disse Costa, durante a OTC (Offshore Technology Conference), maior evento da indústria de petróleo offshore no mundo, em Houston (Texas).

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