postado em 07/05/2008 08:30
A partir do próximo ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já deve dispor de um sistema de rastreamento de remédios. Nesta semana, a agência encerrou a consulta pública para definir a tecnologia a ser usada no novo sistema. Segundo a especialista em Vigilância Sanitária da Anvisa, Fernanda Coura, dentro de um mês serão consolidadas as sugestões recebidas na consulta pública.
Foram cerca de 60 sugestões, mais de 10 tipos de tecnologias foram apresentadas. O grupo de trabalho vai se reunir para tentar identificar qual é a melhor tecnologia e a partir daí começar a implementação. Acreditamos que no início do próximo ano [o sistema] já esteja no mercado.
O objetivo de um sistema de rastreamento é tornar efetivo o recolhimento de medicamentos em caso de desvio de qualidade e o combate falsificação de produtos. Os técnicos da Anvisa acreditam que a iniciativa deve inibir o roubo de carga e vai tornar mais rápidas as ações para retirar do mercado produtos com problemas de identificação.
Segundo Fernanda Coura, com um sistema de rastreamento, a agência terá condições de saber onde o medicamento está e onde deveria estar. Se uma caixinha de medicamento aparece em um local em que ele não deveria estar, possivelmente é um roubo de carga. Nós acreditamos que essa medida possa coibir isso.
De acordo com a especialista, o sistema vai garantir a rastreabilidade do medicamento desde a fabricação até chegar às farmácias e drogarias. "Isso pode ser feito de várias maneiras: etiqueta com chip, tinta reativa, código de barras diferenciado. O mecanismo é esse, em cada etapa da cadeia produtiva de medicamentos a Anvisa terá condições de saber aonde o produto está.
Fernanda informou que esse mecanismo não visa somente a garantir a autenticidade do produto, ele serve para garantir essa rastreabilidade no caso de desvio de qualidade. Com esse sistema nós teremos condições de saber onde está cada lote do produto que precisa ser recolhido". Sobre a verificação de autenticidade ela lembrou que atualmente as embalagens dos produtos apresentam uma "raspadinha", que contém informações importantes.
Segundo ela, o usuário deve comprar medicamentos em farmácias ou drogarias e jamais em camelô ou pela internet, porque não dão garantia da origem desses produtos. Adquirindo na farmácia ou drogaria, devem fazer a consulta ao farmacêutico, pedir a orientação dele e fazer essa raspadinha no produto.