postado em 07/05/2008 09:02
Pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) com nove instituições financeiras do país encontrou diferença de até 135,68% na soma de preços de 31 tarifas bancárias consideradas prioritárias, de acordo com classificação do BC. O levantamento mostra que a soma dos preços de 31 tarifas prioritárias variou de R$ 177,48 no Banco do Brasil a R$ 418,28 no Unibanco.
Os preços foram coletados no site da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) no "Star" - sistema de divulgação de tarifas, em que os bancos informam valores cobrados pelos seus serviços.
É a primeira comparação feita pelo Idec entre os serviços (avulsos) após as novas regras referentes às tarifas entrarem em vigor no último dia 30, em cumprimento à resolução n° 3.518, publicada em dezembro de 2007 pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
"A comparação entre os valores das 31 tarifas é importante porque mostra ao cliente como é irracional e incompreensível a cobrança desses serviços. Como se formam esses preços?", indaga Carlos Tadeu de Oliveira, coordenador da pesquisa feita pelo Idec. "É bom lembrar que a receita proveniente das tarifas bancárias passou dos R$ 40 bilhões em 2007".
Ele cita como exemplo a cobrança de tarifa para confecção de cadastro inicial de relacionamento bancário. "No caso do Banco do Brasil e do Bradesco, o valor é zero. No Unibanco, custa R$ 120", afirma Oliveira.
Para esclarecer os consumidores, o Idec lança nesta quarta-feira (07/05) a campanha "Responsabilidade social dos bancos é também respeito ao consumidor". No site www.idec.org.br/bancos, o instituto disponibilizará telefones de contatos com ouvidorias dos bancos, informações sobre reclamações feitas pelos clientes ao BC, além de resultados de pesquisas feitas comparando serviços de pacotes oferecidos e tarifas avulsas.
O Idec também questiona o lançamento de pacotes padronizados (inclui uma lista de serviços considerados essenciais pelo BC). "Os pacotes-padrão oferecidos pelos bancos acabam sendo mais caros e trazem menos serviços dos que outras opções de que os bancos dispõem", diz Oliveira. "É o mesmo que obrigar todas as lojas a vender fusquinhas, mas cobrar R$ 500 mil pelo carro. O pacote-padrão é caro e não atraiu o consumidor".
O instituto ressalta que algumas mudanças propostas feitas pelo BC e pelo CMN são "bem-vindas" -como a padronização da nomenclatura das tarifas e a proibição da cobrança de tarifa por cheque de baixo valor.