Economia

Economista critica criação de fundo soberano

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postado em 07/05/2008 15:50
O economista Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria acredita que as empresas brasileiras já contam com linhas de financiamento para investimentos a exportações, o que dispensa a criação de uma subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no exterior, para oferecer esses recursos. Ele critica a proposta de criar um fundo soberano. Para ele, o Brasil não tem as mesmas características de outros países que criaram fundos soberanos. São países com uma poupança (interna) enorme, com alto grau de investimento em relação ao PIB (a soma dos bens e serviços produzidos). Além disso, o custo fiscal para o Brasil seria enorme. Blanche lembrou que em outros países, a criação de fundos soberanos teve o objetivo de usar excedentes de reservas internacionais em aplicações consideradas mais rentáveis, mas de maior risco. No caso do Brasil, a idéia em estudo pelo governo é ajudar na política voltada para as empresas que atuam no exterior. Atualmente, o Tesouro Nacional atua na compra de moeda para pagar dívida externa e o Banco Central para formar as reservas internacionais. Para Blanche, é necessário saber quanto vai custar ao Tesouro Nacional a criação do fundo. Ele afirmou que se o dinheiro vier da emissão de títulos públicos, a taxa real (descontada a inflação) é de 7,25%, diferentemente de outros países, em que a taxa chega a ser negativa, como em Singapura (-5,3%), nos Emirados Árabes (-7,3%) e na China (-3,8%). Na opinião de Blanche a medida favoreceria um segmento e não toda a economia brasileira. É um política protecionista para alguns setores que o governo vai escolher. Isso é uso político e não de mercado. Tem que deixar o mercado funcionar, com bons vigias. Tem que ter regras claras, disse referindo-se taxa de câmbio. Nesta terça-feira (6/05) o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que o objetivo da criação do fundo não é conter a valorização do real, uma vez que esse tipo de instrumento é formado por moeda americana. Segundo Paulo Bernardo, o fundo soberano funciona para montar uma estratégia de apoio prestação de serviços, e ampliação de atividade das empresas brasileiras, particularmente no exterior. É uma empresa que quer vender serviços, fazer incorporação de outras que poderá ser financiada através desse mecanismo".

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