Economia

Casas de penhor americanas lucram com crise e alta do ouro

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postado em 07/05/2008 17:01
As casas de penhor americanas estão lucrando com a crise econômica que afeta os Estados Unidos, onde a alta do preço do ouro estimula os cidadãos de classe média a penhorarem jóias de família. "Em tempo de uma economia incerta, mais pessoas estão pedindo empréstimos", afirmou Rick Sussman, dono da mais antiga loja de penhor do Estado de Maryland, fundada em 1919 em Baltimore. "Um leque maior de pessoas está vindo à loja agora. Quando a economia vai bem, apenas pessoas mais pobres aparecem, mas quando a economia vai mal, gente de classe média vem atrás de dinheiro", constatou. Lustradores, aparelhos de som, e, principalmente, jóias, devido à alta do preço do ouro, são deixados de um a três meses nesses estabelecimentos em troca de um empréstimo com juros que varia de acordo com os estados: 5% na capital e 20% em Maryland. Quando os clientes não voltam para buscar seus pertences, os artigos são vendidos. "Temos de tudo", afirmou Sussman, que tem a loja repleta de artigos ecléticos e freqüentada por centenas de clientes por dia. "Nosso lema é: ei não temos algum objeto, é porque ele não existe", brincou. "O valor médio de um empréstimo é de 60 dólares, isso ajuda a pagar o aluguel, a conta de luz e da gasolina", explicou Dave Adelman, presidente da organização profissional National Pawnbrokers Association, que reúne 2.400 casas de penhor. "Muitos clientes precisam de um pequeno e rápido empréstimo para viver a semana", afirmou Jessica Caslani, da Crown Pawnbrokers, uma loja que já passou por três gerações, instalada em uma zona popular de Washington. "O mais comum é vir gente devido à alta do preço da gasolina", explicou. Ao mesmo tempo, a alta súbita dos preços do ouro anima os depósitos feitos pelas famílias: "o preço do ouro é tão alto que muita gente vem deixar jóias", disse Sussman. O preço do ouro 24 quilates alcançou US$ 851 na semana passada, contra US$ 578 dois anos atrás. O grama chegou a subir acima dos US$ 1.000 em março passado. Nos depósitos de artigos de ouro que se acumulam, certas casas de penhor preferem fundir anéis, colares e outras jóias para recuperar o valor, segundo uma fonte que prefere não se identificar. Caso contrário, as jóias ficariam muito tempo expostas à venda, sem serem compradas por serem caras demais. Em Fresno, na Califórnia, a casa Hock Shoppe recebeu de 10 a 20 novos clientes por dia no último semestre. Além de jóias e objetos de valor, às vezes aparecem pessoas com artigos peculiares para penhorar, como certa vez "ligou uma senhora querendo saber se poderia penhorar seus dentes postiços", revelou um funcionário da Hock Shoppe.

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