postado em 08/05/2008 14:03
A cana-de-açúcar ultrapassou as hidrelétricas na matriz energética brasileira em 2007, só ficando abaixo do petróleo e derivados. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (08/05) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, em entrevista à imprensa, quando apresentou os dados preliminares referentes ao consumo de energia no ano passado.
Os dados do Balanço Energético Nacional (BEN) englobam todas as atividades, incluindo os transportes, o consumo industrial e a geração elétrica. O aumento da participação da cana na matriz energética resultou, principalmente, do crescimento do consumo de álcool/etanol no sistema de transportes.
Segundo a EPE, o petróleo e seus derivados continuam sendo a principal fonte de geração de energia no País, especialmente devido ao sistema de transportes. Essa participação era de 37,8% do total de energia consumida no País em 2006 e caiu para 36,7% no ano passado. Já os produtos de cana-de-açúcar (bagaço e etanol) ampliaram a participação de 14,5% em 2006 para 16,0% no ano passado. As hidrelétricas, por sua vez, reduziram a participação de 14,8% para 14,7% no total.
A participação da lenha e do carvão vegetal ainda é relevante, mas registrou queda, passando de 12,7% em 2006 para 12,5% em 2007, segundo a EPE. O gás natural também perdeu importância relativa (caiu de 9,6% para 9,3%), enquanto o carvão mineral ampliou a presença de 6,0% para 6,2%. Já o urânio viu sua participação cair de 1,6% para 1,4%, enquanto "outras renováveis" ampliaram a presença de 2,9% para 3,1%.
Boa notícia
Tolmasquim acentuou que o aumento na participação da cana-de-açúcar na matriz energética é "uma boa notícia", já que isso indica um aumento no grupo das energias renováveis. "O Brasil é um dos países com maior participação de energia renovável em todo o mundo", destacou.
Oferta total
Segundo a EPE, a oferta de energia no País em 2007 atingiu 239,4 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (TEP), o que corresponde a uma variação de 5,9% em relação ao observado em 2006. O aumento ficou apenas ligeiramente acima dos 5,4% da variação do Produto Interno Bruto (PIB).