postado em 08/05/2008 16:33
O Brasil deve ter este ano a segunda maior safra de café dos últimos dez anos, com 45,5 milhões de sacas de 60 quilos. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (8/05) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no segundo levantamento da safra de café em 2008. Essa produção representa um aumento de 35% em relação safra anterior.
O secretário de Produção e Agroenergia da Conab, Manoel Bertone, disse que o resultado poderia ter sido melhor, não fosse a falta de chuvas, principalmente nos meses de setembro e outubro do ano passado. O lado positivo é que, para o próximo ano, a queda na produção deve menor que a média dos últimos ciclos.
O café é uma cultura de ciclo bienal e a uma safra baixa sempre sucede uma safra muito boa. Como essa safra não está sendo de todo o potencial da cafeicultura brasileira, acredita-se que, no próximo ano, tenhamos uma safra não tão inferior ao que seria de se esperar, o que, no fundo, é uma boa notícia, porque pode-se prever uma maior facilidade na administração das políticas públicas, administrando-se, assim, estoques de passagem mais razoáveis, disse o secretário Bertone.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que a safra do próximo ano deve ser em torno de 40 milhões de sacas. Mas o secretário Bertone afirmou que o consumidor pode ficar tranqüilo pois terá café de boa qualidade a preços razoáveis. Ele garantiu que a produção deste ano será suficiente para atender exportações de 28 milhões de sacas e uma demanda interna de 17 milhões de sacas, gerando um equilíbrio entre oferta e procura.
Quase 85% da produção nacional vem da região Sudeste, com Minas Gerais na liderança (22,9 milhões de sacas), seguida por Espírito Santo (10,5 milhões de sacas) e São Paulo (4,7 milhões de sacas). A área total plantada é estimada em 2,29 milhões de hectares.
A pesquisa de campo foi feita pela Conab, entre 31 de março e 11 de abril, quando 189 técnicos da estatal e instituições parceiras entrevistaram 2.750 representantes do setor, entre agricultores, cooperativas e órgãos públicos e privados.