Economia

Biocombustível com milho pode afetar segurança alimentar, diz FAO

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postado em 09/05/2008 08:26
A produção de biocombustíveis à base de milho pode ter uma repercussão direta na segurança alimentar no mundo, alertou o representante da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) no México, Norman Bellino. "A escala e a velocidade da mudança de uma produção bioenergética pode ter efeitos muito fortes na segurança alimentar e no meio ambiente", declarou Bellino. Ao participar do 1° Congresso Internacional de Biocombustíveis, que acontece em Guadalajara (oeste), Bellino se referiu aos Estados Unidos, ao alertar sobre o uso do milho para os biocombustíveis. "A decisão de um país de utilizar milho em um período breve para gerar os biocombustíveis tem implicações na segurança alimentar desse país e em outros", completou Bellino. Ele considerou ainda que a América Latina tem alimento suficiente para os 500 milhões de habitantes da região, mas ressaltou que esses produtos básicos não são acessíveis para milhões de pessoas em situação de extrema pobreza. "O problema é o acesso, o poder aquisitivo. De nada serve ter toneladas e toneladas de alimentos, onde ainda há 89 milhões de pessoas na extrema pobreza", afirmou. Fechada Nesta semana o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, afirmou que a FAO é um "desperdício de dinheiro" e deveria ser fechada. Wade fez o comentário dias depois de a FAO anunciar um plano de emergência para controlar o aumento no preço dos alimentos. A organização planeja destinar US$ 200 milhões para ajudar agricultores e aumentar a produção nos países mais afetados pela crise. "A atual situação é, em grande parte, culpa da organização, e os gritos de alarme não ajudarão", disse Wade, no domingo, em pronunciamento de rádio e televisão no Senegal. O presidente senegalês disse que o trabalho da FAO é duplicado por outras agências da ONU que funcionam mais efetivamente, como o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura. Ele afirmou que já havia pedido, no passado, para que a FAO fosse transferida de Roma para um país na África - o continente mais afetado pela falta de alimentos. "Dessa vez, eu estou indo além, nós deveríamos acabar com ela", afirmou.

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