postado em 10/05/2008 19:51
A escalada dos preços, tanto no varejo quanto no atacado, reforça a aposta dos economistas e do mercado financeiro na continuidade do aperto monetário. Eles avaliam que, depois de elevar os juros em 0,5 ponto porcentual em abril, o Banco Central (BC) voltará à carga e aumentará novamente a taxa, talvez numa dose até maior, de 0,75 ponto porcentual, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início de junho.
A economista da Rosemberg & Associados, Thais Marzola, conta que a previsão da taxa Selic para o fim do ano foi revista para cima. A consultoria vinha trabalhando com uma perspectiva dos juros básicos da economia de 13,25%, mas já admite que a taxa chegue ao fim do ano em 14%. Para a próxima reunião do Copom, ela antevê um corte de 0,5 ponto porcentual, mas não descarta um eventual aumento de 0,75 ponto.
Já o banco alemão Dresdner Kleinwort, que trabalhava com a perspectiva de alta de 1 ponto porcentual na taxa até dezembro, já admite elevação de 1,5 ponto a 2 pontos para a Selic no fim do ano. Isso faria a taxa chegar a um nível entre 13,25% e 13 75%. Segundo a economista do Banco Real Zeina Latif, o mercado abriu o dia mal humorado com os resultados da inflação e já havia estimativas de aumento da Selic em 0,75 ponto na próxima reunião do Copom.
Ela alerta que os núcleos da inflação - cálculo dos economistas que pretende estimar a tendência da inflação eliminando efeitos temporários - também estão elevados. "Apesar de o resultado do IPCA ter vindo dentro da média esperada, a abertura desse dado não foi das melhores", comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.