postado em 12/05/2008 09:09
O avanço da próxima safra brasileira de grãos, que atingiu neste ano 142,1 milhões de toneladas, está ameaçado pela forte pressão de custos do agronegócio, apesar da perspectiva de cotações firmes para commodities agrícolas nos próximos meses no mercado internacional por causa da escassez de alimentos.
Só o preço do fertilizante em reais subiu 73% em 12 meses até abril e mais de 40% neste ano, segundo o Índice de Preços por Atacado (IPA) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Acompanhando a escalada dos grãos, as sementes também estão mais caras em relação à última safra. No caso do trigo, o aumento foi de 75%; no da soja e do arroz, em torno de 50% e, no do milho, de 43%, de acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem).
Também o preço do herbicida mais usado nas lavouras de soja, o glifosato, aumentou 70% em relação à safra passada. Para completar o quadro de alta de custos, nas últimas semanas o óleo diesel, que movimenta as máquinas no campo, foi reajustado em 15% na refinaria. Diante dessas pressões, os agricultores de grãos que já começaram a comprar insumos para a próxima safra sentiram esses aumentos no bolso e redobraram a cautela em seus planos.