Economia

Petróleo fecha em queda, mas alcança patamar histórico

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postado em 12/05/2008 17:21
Após alcançar um novo recorde de negociação na sessão desta segunda-feira, aos US$ 126,40, o preço do petróleo encerrou em queda em Nova York. O movimento teve como principal influência a recuperação do dólar, moeda na qual a matéria-prima é cotada. O contrato do barril do petróleo para entrega em junho encerrou, na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), a US$ 124,23 (em baixa de 1,37% sobre o fechamento de sexta-feira). Apesar de ter passado quase toda a sessão em baixa, o petróleo registrou uma alta --nova marca histórica de referência--, que coincidiu com uma recaída do dólar. Pouco depois, no entanto, a divisa norte-americana recuperou terreno em relação à européia, "levando os investidores a realizar uma pausa depois da euforia de sexta-feira", disse Mike Fitzpatrick, analista da MF Global. Desde o início deste mês, o preço do barril avançou cerca de US$ 15. Em cinco sessões na semana passada, ultrapassou sucessivas barreiras simbólicas, dos US$ 120 aos US$ 126. As compras especulativas, os temores de uma queda dos estoques mundiais de diesel e combustível para calefação e as perturbações da produção na Nigéria fomentaram a escalada. Neste cenário, a Opep "começou a sondar o mercado com fontes que mencionam a possibilidade de uma reunião antecipada", segundo Olivier Jakob, estrategista da Petromatrix. FMI O ex-diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional) Rodrigo de Rato defendeu nesta segunda-feira "um maior consenso global" para frear o aumento do preço do petróleo por causa do risco que representa para o crescimento da economia mundial pela alta da inflação. "Precisamos nos mover para um maior consenso global. Um único país não pode acabar com a crise", disse Rato em uma conferência em Londres. O ex-ministro da Economia espanhol destacou que deve haver diálogo entre os países produtores e os consumidores de petróleo que torne o mercado mais transparente e evite a especulação. Obstáculos O maior problema apontado pelo ex-diretor-gerente do FMI no atual aumento de preços do petróleo é o arrefecimento nos investimentos na produção, como conseqüência das nacionalizações dos hidrocarbonetos realizadas por alguns países e pelo aumento de obstáculos para o investimento estrangeiro. Juntamente com a falta de oferta de petróleo e gás por causa das políticas de alguns produtores, Rato destacou assim a importância da eficiência na produção que tem se reduzido ultimamente. Ele declarou que não será possível uma liberalização dos investimentos caso não ocorra a mesma coisa com o comércio mundial. Por isso, defendeu a continuação das políticas da Rodada Doha, cujo cumprimento chamou de "prioridade política".

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