Economia

Piso salarial médio cai em 2007 em comparação com mínimo

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postado em 12/05/2008 17:24
O valor médio dos pisos salariais definidos no Brasil na comparação com o salário mínimo caiu novamente em 2007, segundo pesquisa divulgada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O valor médio ficou em 1,39 salário mínimo, contra 1,54 salário mínimo em 2006 e 1,73 salário mínimo em 2005. Porém, o órgão aponta como principal motivo para a queda o fato do valor do salário mínimo ter crescido mais do que a inflação do período, enquanto que as negociações dos pisos salariais tendem a ficar mais próximos dos índices de inflação. "Esse movimento de aproximação deve-se, basicamente, aos efeitos da política de recuperação do salário mínimo, que tem resultado em sucessivos reajustes em percentuais superiores à inflação, representando, no período de 2005 a 2007, um aumento real de 19%, segundo o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] do IBGE", diz o estudo. "Embora os ganhos alcançados pelos pisos salariais tenham sido inferiores aos obtidos pelo salário mínimo, esse resultado decorre mais da evolução do salário mínimo e menos dos resultados ruins na negociação dos pisos salariais, que também foi favorável aos trabalhadores", explica o Dieese. A pesquisa aponta que mais da metade (52,9%) dos pisos salariais ficam na faixa entre 1,01 e 1,25 salário mínimo (entre R$ 415,42 e R$ 518,75, usando o salário mínimo atual de R$ 415). Já 20,9% dos pisos ficam entre 1,26 e 1,5 salário mínimo (entre R$ 523 e R$ 622,50). Apenas 8,2% dos pisos salariais são fixados atualmente acima dos dois salários mínimos (R$ 830). Setores Na divisão por setores econômicos, o rural se mantém como o que possui os menores pisos. 89,3% dos pisos do setor são de até 1,25 salário mínimo, seguidos por comércio (66,7%), indústria (54,9%) e serviços (49%). Na outra ponta, 14,4% dos pisos do setor de serviços é maior que dois salários mínimos. Os maiores pisos estão nos setores de bancos e seguro (1,97 salário mínimo), comunicação, publicidade e jornalismo (1,95), minérios e derivados de petróleo (1,66) e serviços de saúde (1,64). Os piores são os de vestuário (1,11), trabalhadores rurais (1,12), têxtil (1,13), atacadista/varejista (1,16) e turismo (1,16).

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