Economia

BC terá como parâmetro meta de inflação, de 4,5%, diz Meirelles

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postado em 13/05/2008 18:54
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça (13/05), em audiência no Senado, que a inflação ideal é "aquela que orbita em torno do centro da meta". A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 4,5% de inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A meta tem margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Segundo Meirelles, como não é possível prever a ocorrência de possíveis choques externos que poderiam afetar a economia, o Banco Central deve ter como parâmetro o centro da meta. A projeção de analistas de mercado para a inflação em 2008 está acima dessa meta, em 4,96%. Questionado se os juros básicos no país voltariam a atingir patamares muito elevados, Meirelles lembrou que a Selic já chegou a 45% no passado, o que não deve ocorrer novamente. Hoje, a taxa básica de juros está em 11,75%. Para Meirelles, há uma tendência de queda dos juros, mas "não será linear". "A firmeza do Banco Central visa evitar o vôo de galinha [no crescimento da economia]. A idéia é criar condições para o crescimento sustentável", explicou o presidente do BC. Segundo ele, o objetivo é ter continuidade no crescimento econômico, com inflação sob controle. "Inflação alta leva à queda do crescimento, cai o poder de compra do trabalhador e a previsibilidade da economia", destacou. Segundo Meirelles, se forem excluídos os alimentos (grupo que tem pressionado os preços no mundo) do índice de inflação, mesmo assim os preços estão crescendo. Meirelles também afirmou que há risco de que a alta de preços no atacado seja repassada para o varejo. "O Banco Central está analisando todos esses fenômenos", afirmou. O presidente do BC foi indagado do porquê da decisão do Banco Central de aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual, enquanto outros países estão reduzindo os juros, como os Estados Unidos e o Reino Unido. Ele respondeu que "não se faz política monetária por analogia". Meirelles disse ainda que os Estados Unidos, apesar de ter uma economia forte, "não é o mundo", e outros países estão aumentando os juros, como a Islândia.

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