postado em 14/05/2008 18:06
Os preços dos alimentos continuarão altos pelo menos nos próximos sete ou oito anos, considerou nesta quarta-feira a vice-presidente do Banco Mundial (Bird), Pamela Cox, fazendo um apelo à finalização da rodada de Doha para um mercado mais competitivo.
"O problema dos preços elevados dos alimentos não vai desaparecer nos próximos sete ou oito anos. É preciso aumentar a produção" para resolver esse problema, declarou Cox durante uma entrevista coletiva com a participação de jornalistas estrangeiros em Lima.
"Para que os preços dos alimentos caiam, é preciso finalizar a rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC) e desenvolver um mercado mais competitivo", acrescentou.
Pamela Cox deve participar nesta quinta-feira (15/05), em Lima Peru), de um fórum empresarial realizado à margem da V Cúpula da América Latina, Caribe e União Européia.
Para a vice-presidente do Bird, o aumento dos preços dos alimentos no mercado mundial tem como principais motivos o aumento da demanda em países como China e Índia e o incentivo à produção de biocombustíveis, sobretudo os derivados do milho.
Ela também mencionou a alta dos custo dos fertilizantes e os problemas climáticos registrados nos Estados Unidos e na Austrália.
Contra restrições e controles
Para Cox, medidas como o controle dos preços pelos governos, limitações ás exportações ou impostos sobre as importações não são recomendáveis para resolver o problema.
Entretanto, ela considerou que "a América Latina está muito mais fortalecida agora do que em crises anteriores", apesar de o Bird ter diminuído para 4,5% sua previsão de crescimento para a região.
Cerca de 50 presidentes de América Latina, Caribe e Europa se reunirão neste fim de semana em Lima para evocar essencialmente os temas da pobreza e do meio ambiente.