Economia

Para 95% das padarias, medida tem pouco impacto, diz Abip

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postado em 15/05/2008 15:02
Ao comentar as medidas de redução de impostos sobre o pão francês, o trigo e a farinha de trigo anunciadas nesta quarta-feira (14/05) pelo governo, o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação de São Paulo, Antero Pereira, disse nesta quinta-feira (15/05) que ainda não é possível saber se isso beneficiará ou não o consumidor final, nas padarias. A explicação, conforme o diretor da Associação Brasileira de Panificação (Abip), Luiz Carlos Xavier Carneiro, é o fato de que a retirada do PIS e da Cofins não tem impacto sobre 95% das padarias, que no regime de tributação estão ligadas ao Super Simples, onde há a cobrança apenas da alíquota única sobre a receita. "Apenas 5% das padarias seriam beneficiadas pelas novas medidas", estima Carneiro. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira a suspensão, até o fim do ano, da cobrança do PIS e da Cofins sobre o pão francês, o trigo e a farinha de trigo. Também ficará suspensa até o fim de 2008 a cobrança do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante nas importações de trigo. E será prorrogado até 31 de agosto o prazo de importação do trigo in natura com tarifa zero, medida aprovada pela Câmara de Comércio Exterior. O pacote de medidas, contudo, deve ajudar os moinhos, na avaliação de Pereira. Ele acredita que, antes de chegar às padarias, a suspensão do PIS/Cofins no preço da farinha pode causar uma redução no preço de 9,5%. A queda permitiria que os importadores mantivessem um preço para os padeiros ao redor do atual - de R$ 90,00 a 93,00 a saca de 50 quilos de trigo -, espera Pereira. Além da questão de 95% das padarias estarem ligadas ao Super Simples, Pereira também citou que 40% do preço do pão é formado pelo custo da farinha de trigo, enquanto os outros 60% são gerados pelo sal, pelo pagamento da folha salarial, pela embalagem, aluguel e energia elétrica. De acordo com a Abip, há hoje no País 52 mil padarias formais, que empregam 600 mil trabalhadores.

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