postado em 15/05/2008 21:29
O forte aquecimento da demanda por aço no Brasil fez o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) revisar para cima a projeção de consumo do produto para este ano. Segundo a entidade, a previsão de crescimento do consumo aparente de aço em 2008 passou de 10% para 13,7%. O consumo aparente engloba as vendas internas e as importações.
O aumento da produção de aço para este ano, no entanto, foi mantido em 11,% sobre os 37,6 milhões de toneladas apuradas em 2007. Somente no primeiro trimestre deste ano houve aumento de 22,5% das vendas internas e de 8,1% da produção em relação ao mesmo período de 2007.
De acordo com o vice-presidente executivo do IBS, Marco Pólo de Mello Lopes, esse crescimento foi impulsionado principalmente pelos setores de de construção civil, bens-de-capital e automotivo.
O consumo de aço por habitante no Brasil subiu de 110,3 quilos por habitante em 2006 para 129,3 quilos por habitante em 2007. Esse nível, no entanto, está abaixo do registrado em países desenvolvidos, como Espanha, onde consumo per capita de aço é de 696 quilos por ano, e Coréia do Sul, onde esse valor é de 1.050 quilos.
Projeções
O Instituto Internacional do Ferro e do Aço (IISA) estima que o consumo aparente de aço atingirá este ano no mundo 1,28 bilhão de toneladas, 6,7% a mais que no ano passado. Para 2009, a previsão é que o consumo mundial de aço totalize 1,36 bilhão de toneladas, aumento de 6,3% sobre 2008.
A entidade apresentou um estudo com projeções para o consumo de aço no país a médio prazo. Tomando por base a projeção de crescimento econômico de 4% ao ano, o consumo aparente de produtos siderúrgicos brasileiros atingirá 40 milhões de toneladas em 2015, o que indica consumo de 213 quilos anuais por habitante.
Se for levada em conta a estimativa da Formação Bruta de Capital Fixo (indicador que mede a taxa de investimento) em 21,5% do Produto Interno Bruto, o consumo aparente de aço em 2015 será de 43,3 milhões de toneladas.
Para o IBS, no entanto, não há risco de desabastecimento porque a capacidade do setor deverá dobrar até 2015, passando dos atuais 41 milhões para 80,6 milhões de toneladas nos próximos sete anos. ;Estamos falando de uma nova capacidade instalada do parque existente com os novos entrantes, no curto prazo, ou seja, até 2015, de 63,1 milhões de toneladas, tendo investido para isso US$ 32,9 bilhões;, disse Lopes.
Na avaliação de Lopes, a decisão do governo chinês de inibir as exportações de aço tranqüilizou o setor siderúrgico brasileiro, que se mostrava preocupado em perder mercado internacional com a ampliação da produção no país asiático: ;Nossa expectativa é que realmente a gente continue a ter no mercado internacional as condições favoráveis que estamos encontrando agora;. Lopes informou que a China produz atualmente cerca de 500 milhões de toneladas de aço e exporta 10%.