postado em 16/05/2008 16:40
As exportações do setor calçadista cresceram 3,2% no primeiro quadrimestre deste ano na comparação com igual período de 2007. As vendas ao exterior, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), somaram US$ 646,5 milhões, com um total de 67,4 milhões de pares embarcados. Já as importações aumentaram 49,8% no período, para US$ 97,9 milhões
O vice-presidente da Abicalçados, Ricardo Wirth, ressalta que o crescimento das exportações foi impulsionado, principalmente, pelas vendas de sapatos feitos de material sintético, enquanto os de couro acumulam queda de mais de 20% no ano. "As exportações de sapatos sintéticos, com preços mais baixos, em relação aos de couro, vêm apresentando crescimento. Isso está mascarando um pouco o resultado das exportações de calçados", afirmou
De janeiro a abril foram embarcados 40,1 milhões de pares de calçados sintéticos; 22,2 milhões de couro; 3,6 milhões dos chamados têxteis e 1 milhão de injetados. Esse resultado reflete a mudança na estrutura produtiva do setor, que vem concentrando cada vez mais unidades na região Nordeste. O Ceará, um dos principais fabricantes de calçados sintéticos, lidera os embarques estaduais do produto, com 25,9 milhões de pares de sapato no ano
Aumento das importações preocupa
O dirigente da Abicalçados destaca ainda que o incremento das importações preocupa o setor. Entre janeiro e abril de 2008, as compras de calçados do exterior atingiram 14,1 milhões de pares, aumento de 43,3% sobre os desembarques do mesmo período de 2007. "À medida que o real vai se fortalecendo, as compras, principalmente da China, vão crescendo", diz Wirth, acrescentando que 87,9% das importações do produto são da China
Os efeitos da valorização do real provocaram ainda uma retração de 25,1% nas exportações para os Estados Unidos, que foram de US$ 185,2 milhões no quadrimestre. "Os Estados Unidos já responderam no passado por 80% do destino das exportações de calçados", ressalta Wirth. Em compensação, Reino Unido e Itália, segundo e terceiro destinos das exportações, apresentaram crescimentos de 27,1% e 56,9%, respectivamente, nas compras