Economia

Economistas já prevêem inflação acima de 5% em 2008, segundo pesquisa do BC

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postado em 19/05/2008 09:17
As indicações de que o governo já trabalha com a possibilidade de que a inflação fique acima do centro da meta de 4,5% levou os economistas e analistas do mercado financeiro a aumentarem novamente suas previsões para os índices de preços em 2008 e 2009. Segundo a pesquisa semanal do Banco Central conhecida como relatório Focus, a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que serve como meta de inflação, subiu pela oitava semana seguida. O IPCA deve fechar o ano a 5,12%, acima dos 4,96% esperados até a semana passada. Se confirmado, o indicador ficaria acima do centro da meta de inflação para esse ano, que é de 4,5%. Para 2009, a previsão do IPCA passou de 4,47% para 4,50%. Os demais indicadores de inflação pesquisados pela instituição também tiveram as projeções para 2008 elevadas pelo mercado. O maior destaque foram os IGPs, que servem de base para o reajuste de aluguéis e tarifas. No início do mês, a FGV, responsável pela medição desses índices, mostrou que a inflação em 12 meses já supera os 10%. A expectativa do mercado para o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) subiu de 7,19% para 7,89%; o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) teve a previsão aumentada de 7,67% para 8,35%; e o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômica) ficaria em 4,50%, ante 4,32% da semana anterior. A estimativa de inflação para os preços administrados subiu de 3,65% para 3,70%. Juros A alta da inflação levou os economistas a preverem também um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), nos dias 3 e 4 de junho. A expectativa é que a taxa Selic passe dos atuais 11,75% para 12,25% ao ano. Na última reunião, em abril, a taxa passou de 11,25% para 11,75% ao ano. Os economistas mantiveram a expectativa para a taxa Selic no fim do ano, que deve terminar 2008 em 13,25% ao ano. Para o final de 2009, a previsão subiu de 11,75% para 12%. A previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) subiu de 4,66% para 4,69% em 2008. Para 2009, foi mantida a previsão de 4%. Ambas estão abaixo da projeção oficial do governo, de 5% para os dois anos. A estimativa para o dólar caiu de R$ 1,72 para R$ 1,70 no final deste ano. Para dezembro de 2009, a previsão recuou de R$ 1,80 para R$ 1,78. Contas externas A previsão do saldo da balança comercial em 2008 caiu de US$ 25 bilhões para US$ 24,2 bilhões. Para 2009, recuou de US$ 16 bilhões para US$ 15 bilhões. Aumentou a expectativa de investimentos estrangeiros diretos, de US$ 31 bilhões para US$ 32 bilhões (2008), que devem ser puxados pela notícia de que o Brasil atingiu o chamado "investment grade" (grau de investimento). Houve ligeira queda na previsão para a relação dívida/PIB, de 41,47% para 41,35% neste ano. Por fim, piora para o saldo em conta corrente, de um déficit de US$ 19,8 bilhões para um resultado negativo de US$ 20 bilhões.

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