postado em 19/05/2008 16:38
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou hoje 18 suspeitos de participar do esquema de adulteração de leite da Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Copervale), em Uberaba, Minas Gerais. O grupo é acusado de crime contra a saúde pública e formação de quadrilha. A fraude foi descoberta na Operação Ouro Branco, da Polícia Federal, deflagrada em outubro de 2007.
A apresentação da denúncia encerrou o inquérito policial que tramitou na 1ª Vara da Justiça Federal, em Uberaba. Segundo, o MPF, há cerca de dois anos a Coopervale adicionava ao leite substâncias nocivas à saúde. Era inserida uma solução química composta por soda cáustica, ácido cítrico, citrato de sódio, sal açúcar e água. O objetivo seria aumentar o volume e estender o prazo de validade do produto. De acordo com depoimentos colhidos no inquérito, eram modificados por dia 120 mil litros de leite longa vida integral.
Foram denunciados o diretor-presidente da cooperativa, Luiz Gualberto Ribeiro Ferreira - acusado de ordenar a adição -, o engenheiro químico Pedro Renato Borges - apontado como criador da fórmula -, o fiscal agropecuário federal Afonso Antônio da Silva, o gerente industrial da cooperativa, Romes Monteiro da Fonseca Júnior, e outros funcionários que sabiam da fraude e estavam envolvidos no processo de adulteração.
Delação premiada
Para os funcionários, o MPF pediu o benefício de delação premiada, por eles terem colaborado para os trabalhos de apuração do caso. Se recebida a denúncia, os demais acusados serão processados por crimes cujas penas, somadas, podem atingir 11 anos de prisão. Quanto à Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), em Passos, que também foi alvo da operação da PF, o MPF informou que o inquérito aberto para investigá-la continua em andamento