postado em 19/05/2008 17:01
O petróleo fechou acima dos US$ 127 pela primeira vez em Nova York nesta segunda-feira (19/05), logo após o anúncio de novas perturbações no fornecimento, em um contexto de permanente especulação.
O preço do barril para entrega em junho encareceu 0,6% em relação ao fechamento de sexta-feira e encerrou a negociação na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês) a US$ 127,05.
Na sexta-feira, o petróleo alcançou US$ 127,82 durante a sessão, um nível inédito desde o início de sua cotação em 1983, mas encerrou a US$ 126,29. Nesta segunda-feira, chegou até US$ 127,77, em meio à agitação do mercado.
"Se insinua uma semana marcado por novos recordes", afirmou o analista John Kilduff. Para o também analista Ellis Eckland, "o mercado está dominado por compras especulativas e qualquer fator que possa ser negativo para a oferta alimentas as compras".
Esta segunda-feira, a petroleira Holly Corporation anunciou que uma de suas refinarias no Estado do Novo México (oeste dos EUA) havia sido temporariamente fechada para trabalhos de manutenção, que deveriam levar alguns dias. A suspensão deveria reduzir sua produção em 55 mil barris diários. Por outro lado, o dólar, divisa em que se negocia o petróleo, também se mantinha enfraquecido.
Estes fatores, considerados favoráveis à disparada dos preços, também contribuíram para dissipar as dúvidas dos investidores sobre a recuperação real da decisão da Arábia Saudita --primeiro exportador mundial de petróleo-- de aumentar sua produção.
Produção
Na sexta-feira o governo saudita decidiu atender pedidos de clientes e elevar sua produção em 300 mil barris diários. O aumento da produção foi tratado pelo presidente dos EUA, George W. Bush, e pelo rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz. As declarações do presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Chakib Khelil, nesta segunda-feira, também ajudaram a pressionar os preços da commodity. Segundo ele, a produção dos países do cartel provavelmente não será expandida, nem em uma eventual reunião extraordinária nem na reunião regular, marcada para setembro.
Khelil disse que o mercado mundial de petróleo está bem abastecido e culpou a desvalorização do dólar e os problemas geopolíticos pela escalada de preços.