postado em 20/05/2008 08:18
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi alvo de uma sucessão de questionamentos sobre o Fundo Soberano do Brasil durante a reunião desta segunda-feira (19/05) da coordenação política no Palácio do Planalto. As dúvidas levantadas pelo presidente Lula e pelos ministros José Múcio Monteiro (Relações Institucionais), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento) foram o sinal mais claro de que, nem mesmo dentro do governo, sabe-se ao certo o que será o fundo e que tipo de contribuição ele dará ao país. O resultado de tanta dúvida foi o adiamento do envio do projeto de lei propondo a criação do fundo ao Congresso Nacional. A promessa de Mantega era encaminhá-lo ainda nesta segunda-feira.
Os questionamentos maiores ao ministro da Fazenda foram em relação ao futuro do excedente do superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida) que será transferido para o fundo soberano ; algo como US$ 13 bilhões, o correspondente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Lula e os ministros pediram detalhamento sobre o uso do ;cofrinho; que Mantega tanto acalenta: a poupança extra será usada para pagar juros da dívida, comprar dólares ou incentivar as exportações? O ministro respondeu que o dinheiro do fundo será guardado para momentos de dificuldade e, enquanto eles não vêm, ajudará a conter o derretimento do dólar e financiará a internacionalização de empresas brasileiras por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Essas mesmas explicações Mantega terá de dar aos líderes dos partidos aliados do governo, com os quais se reunirá na quinta-feira da próxima semana. Os parlamentares deixaram chegar ao Palácio que não têm como defender um projeto de lei no Congresso se sequer sabem do que se trata o fundo soberano. A reunião foi articulada pelo ministro José Múcio.