postado em 20/05/2008 09:23
O desempenho econômico do Brasil melhorou este ano, mesmo em um cenário onde ocorre uma piora na avaliação do desempenho econômico da América Latina, como um todo. É o que revela a Sondagem Econômica da América Latina, feita em parceria pelo Institute for Economic Research at the University of Munich, ou Instituto IFO, e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com as duas entidades, ao analisar o ranking de Clima Econômico elaborado pelas duas organizações, o Brasil ocupa, em abril, a 3ª posição - sendo que, na pesquisa anterior, em janeiro, o País se posicionava na 4ª posição.
Ao explicar o resultado de ranking do Brasil, as entidades informam que, na média dos últimos quatro trimestres até abril, o Índice de Clima Econômico (ICE) - construído como uma combinação de dois índices que medem a situação econômica atual e as expectativas para os próximos seis meses - atingiu 6,6 pontos no Brasil. Em termos de clima econômico favorável, essa pontuação do Brasil só perde para os ICEs de Uruguai (7,6 pontos) e Peru (7,4 pontos), no mesmo período.
De acordo com o informe das duas organizações, há motivos consistentes para a melhora da avaliação do Brasil. "Descobertas de campos de petróleo, obtenção do grau de investimento, o crescimento econômico de 2007 são alguns dos fatores que ajudam a explicar esse resultado", detalharam as instituições, em comunicado.
Problemas
A inflação é o principal problema identificado por analistas para o cenário econômico latino-americano. Segundo a Sondagem Econômica da América Latina, anunciado nesta terça-feira (20/05), na avaliação de abril, a inflação está em primeiro lugar no ranking mundial e na América Latina. "Entre os 12 países latinos selecionados, quatro apontam a inflação como o problema número um (Argentina, Chile, Costa Rica e Peru)", esclareceram as entidades, em comunicado.
Ainda segundo o comunicado das organizações, o segundo maior problema na América Latina é a falta de competitividade internacional, selecionada como a principal questão pelos especialistas do Brasil e da Colômbia.
"Em terceiro lugar está a falta de mão-de-obra qualificada (terceiro problema para o Brasil), seguido do desemprego (principal questão para o México) e falta de confiança nas políticas do governo - primeiro lugar na Bolívia, Equador, Paraguai e Venezuela", detalharam as instituições. Em abril, foram consultados 133 especialistas em 16 países.