postado em 20/05/2008 16:43
Um acordo bipartidário sobre o projeto de reforma do setor imobiliário, que deverá ser examinado nesta terça-feira (20/05) no Senado norte-americano, torna possível a adoção por parte do Congresso de uma lei pela qual mais de 500 mil pessoas ameaçadas de serem desalojadas poderão manter suas residências.
O dispositivo, sobre o qual senadores democratas e republicanos chegaram a um acordo ao término de várias semanas de ásperas negociações, estabelece a concessão de uma garantia do Estado sobre cerca de 300 bilhões de dólares em empréstimos imobiliários a um custo menor para o contribuinte.
"Essa lei é uma boa notícia tanto para os mercados como para os proprietários de imóveis", considerou Christopher Dodd, senador democrata por Connecticut (Nordeste), citado em um comunicado.
O texto, que tem como objetivo conter a crise imobiliária que ameaça mergulhar a maior economia do mundo em uma recessão, é apoiado também pelo senador republicano pelo Alabama Richard Shelby.
O projeto prevê a concessão da garantia do Estado a fim de auxiliar as pessoas endividadas a pagar antes dos prazos os empréstimos imobiliários, contendo assim a avalanche de embargos e permitindo que mantenham suas moradias, explicou nesta terça-feira o Wall Street Journal.
O projeto inclui também uma reforma dos dois organismos de refinanciamento hipotecário, Freddie Mac e Fannie Mae, cuja função é comprar os créditos hipotecários dos bancos, explicou o jornal nova-iorquino.
Veto
O presidente Bush havia anunciado que vetaria esse texto: "Queremos um bom projeto de lei de habitação que ajude as pessoas a manterem suas casas, e não um projeto que recompense os especuladores e organismos de crédito", disse.
A fórmula examinada nesta terça-feira pela comissão bancária do Senado prevê deixar sob a responsabilidade de Freddie Mac e Fannie Mae o risco de insolvência para beneficiar o contribuinte, explica o Wall Street Journal.
O custo do projeto chega a US$ 500 milhões, ou seja, três vezes menos que a proposta adotada pela Câmara (1,7 bilhão de dólares), afirmou Dodd, citado pelo jornal.
A Casa Branca deu a entender que não se opunha a essa iniciativa, e que via com bons olhos a reforma dos organismos de financiamento.