postado em 20/05/2008 17:16
A cotação do barril de petróleo em Nova York encerrou a sessão desta terça-feira (20/05) em nível recorde, acima dos US$ 129, barreira superada pela primeira vez também hoje. O preço foi pressionado pela desvalorização do dólar, que continua na raiz da alta do preço da commodity, e o temor acerca do descompasso entre oferta e demanda.
O barril para entrega em junho (cujos contratos expiraram hoje, um dos motivos que pressionaram a alta) terminou cotado a US$ 129,07, alta de US$ 2, na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York) --o valor máximo atingido hoje, durante o pregão, foi de horário foi US$ 129,60.O barril para entrega em julho (próximo contrato de referência) encerrou cotado a US$ 128,98, alta de US$ 2,18.
O petróleo Brent, referencial na Europa, também bateu hoje um novo recorde no mercado de futuros de Londres, ao atingir US$ 127,89 por barril.
Coincidentemente, o petróleo beirou os US$ 130 no mesmo dia em que o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o PPI (Índice de Preços ao Produtor, na sigla em inglês) subiu 0,2% em abril, contra um avanço de 1,1% em março. O núcleo dos preços (que exclui as categorias de alimentos e energia), no entanto, teve alta de 0,4% - o dobro do previsto pelos analistas.
A combinação de altas faz crescer o temor pelo repique da inflação, enquanto recuam os números de consumo e os mercados registram fortes queda em Wall Street.
Jim Ritterbusch, presidente do setor de negociação de petróleo da Ritterbusch & Associates, disse que a alta dos preços é baseada na forte demanda, principalmente da Ásia, e no enfraquecimento do dólar frente ao euro, o que faz a commodity ficar "mais barata" e atrair mais investidores.
O analista Edward Meir, da MF Global, disse à agência de notícias Reuters que uma ligeira desaceleração na demanda por petróleo nos EUA está sendo ofuscada pela disparada na procura pela commodity nos países asiáticos. "Tudo isso sugere que o quadro do mercado petrolífero deve permanecer em grande parte inalterado", disse.
Além disso, o mercado petrolífero vem lidando com informações adversas nos últimos dias, além da desvalorização do dólar frente a outras moedas.