postado em 21/05/2008 16:18
O preço do petróleo em Nova York fechou nesta quarta-feira acima dos US$ 133 o barril, batendo novo recorde de preço. Além dos motivos que já vêm trazendo uma escalada dos preços da commodity - como o enfraquecimento do dólar e tensões geopolíticas em países produtores -, a notícia da forte queda nas reservas semanais de petróleo trouxeram ainda mais nervosismo ao mercado.
Na Nymex (New York Mercantile Exchange), o preço do barril de WTI para entrega em julho (novo mês de referência) subiu 3,25% e ficou em US$ 133,87. O pregão também marcou o novo recorde histórico para a commodity, quando atingiu US$ 133,38.
O Departamento de Energia dos EUA divulgou nesta quarta-feira (21/05) seu relatório de estoques, que mostrou que as reservas americanas caíram em 5,4 milhões de barris na semana passada, ficando em 320,4 milhões de barris. O dado frustrou as expectativas dos analistas, que esperavam um aumento de ao menos um milhão de barris no período.
O dólar continua perdendo terreno diante de outras moedas, como o euro e o iene. Com o dólar mais barato em relação a outras moedas, o barril (que é negociado em dólar) fica mais barato e acessível a mais consumidores --o que aumenta a pressão da demanda.
Nem mesmo a divulgação do aumento da produção em 300 mil barris diários feito pela Arábia Saudita na semana passada trouxe alívio para o mercado, preocupado com o descolamento entre oferta e demanda puxado pela alta do consumo entre os países emergentes. O que poderia trazer algum alívio para essa conta seria uma menor demanda por parte dos Estados Unidos, o maior consumidor da commodity, mas os dados das reservas do país mostram que essa possibilidade está se afastando.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse na semana passada que o aumento da produção de petróleo por parte da Arábia Saudita não é suficiente para baixar os preços. "Nosso problema nos EUA será resolvido se apostarmos de forma exaustiva na prospecção de novas reservas nacionais, na capacidade de refinar, na promoção da energia nuclear, e se continuarmos nossa estratégia para o desenvolvimento de energias alternativas", afirmou no sábado.
Previsões
Na semana passada, o banco de investimentos Goldman Sachs avaliou que o barril deve chegar a US$ 141 no segundo semestre deste ano, citando "estreitas condições de fornecimento" e que as tendências para os preços "continuam a ser de alta".
Neste mês o banco já havia previsto que espera o barril de petróleo deve chegar a US$ 200 nos próximos dois anos, como parte de uma disparada provocada por dificuldades na ampliação da oferta mundial do produto. A mesma previsão foi feita pelo presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Chabik Khelil.
'Volatilidade
Hoje o secretário-geral da Opep, Abdalla Salem el Badri, pediu a cooperação de todos os atores do mercado mundial de petróleo para interromper a volatilidade dos preços do petróleo. Ele também afirmou que escalada atual do preço desta commodity não está relacionada a uma escassez de oferta.
Segundo informação da Opep em comunicado divulgado hoje em Viena, El Badri expressou sua "preocupação pela volatilidade" do preço do petróleo em um encontro que manteve com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
"O mercado de petróleo permanece bem abastecido, com as reservas armazenadas da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] acima da média dos últimos cinco anos", disse El Badri.