postado em 22/05/2008 17:19
Após atingir a cotação histórica de US$ 135 no início desta sessão de negócios, o preço do barril recuou para US$ 130 nesta quinta-feira, com a valorização do dólar e a ação dos agentes financeiros, que corrigiram o "exagero" dos preços logo pela manhã.
Em Nova York, o barril foi cotado a US$ 130,81, em um declínio de US$ 2,36 na comparação com o preço de ontem. Pela manhã, a cotação atingiu a marca histórica de US$ 135,09 nesta quinta-feira.
No mercado londrino, o preço do "Brent" caiu para US$ 130,40 - um recuo de US$ 2,30--, mas no pico dos negócios, chegou a bater US$ 135,14.
Segundo profissionais do mercado, quando a cotação bateu a casa dos US$ 135, muitos investidores optaram pela chamada "realização de lucros" --a venda de ativos muito valorizados no curto prazo para embolsar os ganhos, o que quase sempre corrige uma forte alta de preços.
Analistas afirmam que a combinação de demanda crescente, por causa das economias emergentes, e restrições no fornecimento, devido a tensões geopolíticas nos países produtores, tendem a manter a cotação da commodity em alta.
Por outro lado, críticos do mercado afirmam que a disparada dos preços reflete muito mais a ação de especuladores e a desvalorização da moeda americana. Com o dólar mais barato em relação a outras moedas, o barril (que é negociado em dólar) fica mais barato e acessível a mais consumidores --o que aumenta a pressão da demanda.
Mercado louco
O secretário-geral da Opep, Abdalá el-Badri, afirmou nesta quinta-feira que o mercado de petróleo está "totalmente louco" e culpou especuladores e a desvalorização do dólar pela disparada dos preços.
"O preço estava em US$ 130 (o barril) e agora está em US$ 135. Realmente é um mercado totalmente louco", disse el-Badri, em uma conferência sobre os preços do mercado, durante visita à capital equatoriana Quito.
"A economia dos EUA está em recessão, e há desvalorização do dólar, o que afeta o petróleo e faz a cotação subir", acrescentou. "Os especuladores [também] jogam um papel muito importante. Não há nenhum problema fundamental. O petróleo está sendo fornecido normalmente. Não há escassez, é um movimento especulador que empurra os preços", afirmou.