postado em 22/05/2008 21:09
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ratificou em Quito, capital do Equador, que não pretende aumentar sua produção e culpou a especulação financeira pela escalada dos preços da commodity no mercado internacional. Em coletiva à imprensa, durante sua visita oficial ao Equador, o secretário-geral da Opep, o líbio Abdallah Salem el-Badri, disse que o preço que atingiu o petróleo - que, nesta quinta-feira, ultrapassou os US$ 135 por barril - não tem qualquer relação com a demanda ou a oferta.
"Entre os países-membros da Opep, nenhum apóia preços exageradamente altos ou excessivamente baixos, mas que se chegue a um meio-termo, que venha a beneficiar produtores e consumidores de forma justa", acrescentou Badri.
Segundo sua avaliação, o preço "não tem nada a ver com assuntos fundamentais, mas com a especulação, embora também um dos principais fatores seja o enfraquecimento do dólar".
Segundo dados da Opep, a demanda mundial de petróleo chega a 87 milhões de barris por dia, enquanto a oferta no mercado supera esse número em 1,5 milhão, o que indica uma situação cômoda, que não torna muito urgente uma revisão da produção. Além disso, El Badri afirmou que, no passado, quando viram que havia um problema nos aspectos fundamentaos da oferta, demanda e estoques de reserva, os países-membros da Opep nunca duvidaram em programar uma reunião para tratar de soluções.
"Esse não é o caso atual", reiterou, após assinalar que há uma enorme quantidade de petróleo no mercado, não há nenhum tipo de escassez, os estoque são altos, estão em um nível de comodidade." O principal problema são os especuladores", ressaltou.
Por essas considerações, Badri afirmou que a Opep não deve realizar outra reunião além da programada para setembro, apesar de Governos de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, terem solicitado que o cartel se reúna antes para analisar um possível aumento da produção, com o objetivo de baixar os preços.
O preço do barril do Light fechou, nesta quinta-feira, em queda de 1,8% na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), depois de ter batido novo recorde (US$ 135,09) ao longo do pregão.Enquanto isso, o barril do Brent, de referência na Europa, fechou em baixa de US$ 2,19, para US$ 130,51, no International Exchange Futures (ICE) de Londres.