postado em 23/05/2008 19:33
O secretário-geral da Opep, Abdulah el-Badri, afirmou nesta sexta-feira que o mercado financeiro deveria impor limites aos especuladores, responsáveis, acredita, pela volatilidade dos preços do ouro negro, que oscilou esta semana entre US$130 e US$135 o barril.
"Acho que os especuladores devem ser controlados, e sei como isso deveria ser feito. Deveria haver um controle financeiro, com limites impostos pelo mercado", disse el-Badri durante uma visita a campos de petróleo da Amazônia equatoriana.
"Não estou dizendo que eles devem ser penalizados, pois isso os tiraria do mercado, mas eles devem ter limites", declarou o secretário-geral do cartel, em seu segundo dia no Equador, membro mais recente da Opep.
A cotação do petróleo West Texas Intermediate fechou a sexta-feira acima dos US$ 132 em Nova York, ao fim de uma semana de sucessivos recordes históricos, primeiro superando a barreira simbólica dos 130 dólares, para em seguida ultrapassar os 135.
Oferta
El-Badri voltou a descartar que a escalada dos preços tenha sido gerada pela limitação da oferta mundial de petróleo, afirmando que os verdadeiros culpados são a desvalorização do dólar, a recessão da economia americana e os especuladores.
"Esses preços não têm nada a ver com qualquer escassez de petróleo no mercado, têm a ver com outros fatores, com o valor do dólar, com a situação política em alguns lugares do mundo, com a recessão nos Estados Unidos", disse. Ao todo, 72% das transações de petróleo são negociadas em dólar, motivo pelo qual a desvalorização da moeda americana influencia na volatilidade do preço, defendeu o secretário da Organização de Países Exportadores de Petróleo.
De acordo com el-Badri, a demanda mundial pelo ouro negro é de 86,9 milhões de barris diários (mb/d), enquanto a produção da Opep se situa atualmente em 32 mb/d, dos quais 31,8 mb/d são liberados ao mercado. "Isso significa que a Opep está com um excedente de 200 mil b/d", disse el-Badri, destacando que, assim sendo, o problema não pode estar relacionado à produção, já que o resto da demanda é provida por países que não integram a Opep.