postado em 23/05/2008 19:47
A Société Générale detectou "indícios de cumplicidade" de um "assistente" de Jérôme Kerviel, o ex-operador do banco francês que é acusado de fraudar a instituição em 4,9 bilhões de euros, de acordo com relatório da investigação interna publicado nesta sexta-feira (23/05). Em outra de suas conclusões, o informe do banco acusa os superiores imediatos de Kerviel de não terem supervisionado corretamente suas atividades.
"Muitas operações de natureza fraudulenta de Jérôme Kerviel foram introduzidas no sistema por este assistente, supostamente cúmplice", afirma o relatório, que menciona "uma mensagem eletrônica que parece estabelecer que essa pessoa estava a par do resultado" das transações do corretor.
O relatório interno também aponta para o fato de que a supervisão das atividades de Kerviel foi "defeituosa".
"A fraude foi facilitada, ou sua detecção, adiada, pelos pontos fracos na supervisão e no dispositivo de controle das atividades de mercado", completa o documento. O superior imediato de Kerviel "deu sinais de uma tolerância inadequada", diante das operações não autorizadas do operador nos mercados. Os advogados de Jérôme Kerviel acolheram, positivamente essas conclusões.
Rombo
A Société Générale acusa Kerviel de lhe ter causado um rombo de 4,9 bilhões de euros (US$ 7,1 bilhões), ao arriscar mais de 50 bilhões de euros em operações não autorizadas que o banco teve de cancelar.