postado em 25/05/2008 09:48
O brasileiro reagiu de forma racional à disparada dos preços dos alimentos nos últimos meses. Se no passado, na época da inflação galopante, fazia estoques para preservar o poder de compra do dinheiro, hoje está cauteloso. ;O consumidor reduziu as compras dos alimentos que tiveram reajustes expressivos nos últimos meses. A primeira reação foi não comprar;, constata o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira.
Um levantamento preliminar feito pela entidade revela que os volumes vendidos de feijão e de massas caíram 10% e 5%, respectivamente, nos últimos seis meses. Na análise de Moreira, o brasileiro está reagindo a esse surto inflacionário de maneira mais inteligente do que no passado.;O consumidor não se dá por vencido: substitui marcas e percorre várias lojas para manter o nível de consumo.; Ele atribui esse movimento de freada nas compras de produtos majorados a um leque maior de opções tanto de marcas como de supermercados em relação ao que existia a 15 anos atrás.
Moreira considera que o repique atual dos preços dos alimentos tem potencial de risco maior do que no passado. Ele lembra que a estrutura de gastos do brasileiro mudou. Com a incorporação de novos gastos, como TV a cabo, conta de celular e crediário, que naquela época era incipiente, a alta dos alimentos pode causar aumento da inadimplência de outros compromissos.