postado em 26/05/2008 17:32
O petróleo voltou a subir nesta segunda-feira (26/05), com as preocupações dos investidores sobre a situação das reservas mundiais e com a perspectiva de novas desvalorizações do dólar frente principalmente ao euro.
Hoje o barril chegou a atingir US$ 133,17 no pregão eletrônico da Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês) na Europa. A bolsa não teve negociações viva-voz devido ao feriado do Memorial Day nos Estados Unidos. Na semana passada, o barril chegou a atingir a marca recorde de US$ 135,09.
Na sexta-feira (23/05), o barril encerrou o dia cotado a US$ 132,19 e variou entre o máximo de US$ 133,46 e o mínimo de US$ 131,59.
Desvalorização do dólar
O euro foi negociado hoje a US$ 1,5764, contra US$ 1,5775 na sexta-feira. A fraqueza da economia americana e a ação do Federal Reserve (Fed, o BC americano), de cortar juros para evitar uma recessão no país, estão entre os principais fatores a pressionarem a cotação do dólar.
Com a desvalorização da moeda americana, o barril do petróleo (que é negociado em dólar) torna-se mais acessível a novos consumidores - o que contribui para pressionar a demanda.
Indicadores
Os investidores aguardam nesta semana a divulgação de indicadores cruciais para avaliar a situação da economia dos EUA: amanhã deve ser divulgado o índice S/Case-Shiller do mercado imobiliário americano referente a março; um indicador de confiança do consumidor referente a este mês; e o indicador de vendas de imóveis novos referente a abril.
Tanto o mercado imobiliário (devido à situação de crise em que atualmente se encontra) como o desempenho do consumo (que responde por cerca de 70% de toda a atividade econômica americana) têm sido acompanhados com atenção por investidores e economistas.
Além destes, na quinta-feira (29/05), deve ser divulgado a nova estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) americano referente ao primeiro trimestre. Na estimativa divulgada inicialmente, o governo apresentou um crescimento de apenas 0,6%, mesmo do quarto trimestre do ano passado. Se a revisão do dado mostrar um desempenho negativo, as previsões de uma recessão nos EUA - e o conseqüente pessimismo nos mercados - podem ganhar força.
Ataque
A notícia de que o Movimento para a Emancipação do Delta do Níger (Mend) assumiu a autoria de um ataque a um oleoduto da empresa Shell no sul do país, deixando 11 soldados mortos, também deixou os investidores nervosos. A ocorrência do ataque, no entanto, foi negada por um porta-voz militar. A Nigéria, maior produtora de petróleo da África, tem desdobrado milhares de tropas com a função de proteger os funcionários que trabalham nos dutos petrolíferos e nos oleodutos.
Oferta
O presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Chakib Khelil, disse hoje à rádio nacional da Espanha que o preço do petróleo continuará a subir se não houver uma melhora no quadro de desvalorização do dólar frente a outras moedas. Ele também disse que a organização não irá considerar uma elevação na cota oficial de produção na reunião regular do grupo programada para setembro. "A oferta está (em um nível) mais que suficiente no mercado internacional. Os preços não são conseqüência da demanda e da oferta, eles são conseqüência da especulação", afirmou.
O presidente da Opep acrescentou ainda que a alta do petróleo não é responsável pela desaceleração da economia mundial. "Se há uma recessão nos EUA, ela se deve à crise dos créditos "subprime´ (de alto risco)", disse.