Economia

Economista descarta possibilidade de hiperinflação voltar

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postado em 26/05/2008 21:34
O presidente do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon/RJ), João Paulo de Almeida Magalhães, disse nesta segunda-feira (26/05) que a alta de preços registrada no atacado, em nível mundial, já está tendo efeitos no Brasil. Ele descartou, no entanto, a possibilidade de que isso resulte em aceleração indefinida de preços ou mesmo na volta da hiperinflação. ;Esse negócio não existe (risco de hiperinflação). No Brasil, existe um medo excessivo de qualquer repique inflacionário;, observou. O economista informou que a inflação hoje observada no mundo tem origem, em boa parte, nos alimentos e que alguns países emergentes que estão sofrem os efeitos dessa alta já estão flexibilizando suas metas de inflação. ;O que o Brasil não fez absolutamente;, criticou. Para Magalhães, existem alternativas para controlar a inflação, distintas da política de elevação dos juros que é praticada pelo Banco Central, seguindo o exemplo de países desenvolvidos. O economista defendeu a política de rendimentos, como fazem países da Ásia e que serviu de base ao Plano Real, para o combate à inflação. Ele disse que, naquela época, o governo brasileiro estabeleceu a remuneração dos agentes econômicos em um nível real médio. ;Fez a mesma coisa com aluguéis. E com isso, conteve a inflação", lembrou. Como exemplo, o economista citou o relatório da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que mostra como ;países da Ásia, que estão conseguindo juros baixos e estão crescendo aceleradamente, com inflação igual ou menor que o Brasil, estão aplicando políticas de rendimento e não políticas monetárias;. O presidente do Corecon/RJ lembrou que, na Coréia do Sul, na época crítica dos choques do petróleo, nos anos 70, a inflação chegou a 20% ao ano, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, crescia a 9%. ;E isso não determinou uma hiperinflação;, constatou. Magalhães citou também a Argentina, cuja inflação se situa em 20%, numa trajetória ascendente há seis anos. ;Portanto, não há muita razão de medo;, sinalizou.

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