postado em 28/05/2008 07:58
Apesar das pesquisas de comércio indicarem que o varejo brasileiro ainda está aquecido, já é possível encontrar sinais de desaceleração na economia. Para alguns especialistas ouvidos pelo Correio, o Brasil seguirá, nos próximos meses, em ritmo mais lento. A crescente taxa de inflação e a elevação dos juros são apontadas como as grandes vilãs para o consumo no país. Com o aumento dos preços dos alimentos doendo no bolso de muitos brasileiros, há, para a Confederação Nacional do Comércio (CNC), uma tendência natural de diminuição da velocidade de expansão.
;A pressão dos alimentos reduz a massa real de salários e o aumento dos juros eleva o custo do crédito, ingredientes fundamentais para as vendas do varejo;, afirma Carlos Tadeu Freitas Gomes, chefe do departamento econômico da CNC. Os prazos do crédito ainda não diminuíram, mas essa alternativa não é descartada pelo especialista. ;Isso vai depender da taxa de juros, vivemos um momento de indefinição;, diz. De acordo com o boletim Focus, do Banco Central, a expectativa do mercado é de que a Selic, a taxa básica de juros, feche o ano em 13,5%. Na última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) ela subiu de 11,25% para 11,75%. Alguns analistas apostam em taxa acima de 14% até o fim do ano caso o Copom aumente os juros em 0,75 ponto percentual na reunião da próxima semana.
A redução do ritmo de expansão do varejo será, para a CNC, sentida em breve em todo o país. No Distrito Federal, no entanto, empresários já vivenciam os efeitos da desaceleração. De acordo com o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Vicente Estevanato, o desaquecimento econômico ainda é percebido em poucos segmentos, especialmente aqueles com repasse imediato dos reajustes de preços como combustíveis, alimentos, material de construção ; cimento e produtos compostos de petróleo. ;Os consumidores ficam assustados com os aumentos, priorizam os itens básicos e essenciais e deixam os supérfluos de lado;, explica.
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