Jornal Correio Braziliense

Economia

Preço da farinha de trigo cai 8%

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O Moinho Pacífico, o maior do País, reduziu nesta quarta-feira (28/05) em 8% o preço de sua farinha de trigo. O diretor-presidente Lawrence Pih disse que a indústria aguardava a publicação da Medida Provisória 433, que isenta do imposto a importação e a comercialização do trigo, que saiu hoje no Diário Oficial, para reduzir o preço do produto. Segundo ele, novas reduções podem ocorrer já que os preços do trigo em grão estão em queda no mercado internacional, mas elas dependerão do comportamento dos fretes, que têm subido devido ao petróleo. Na MP publicada hoje, o governo retira também, até 31 de dezembro, a cobrança do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante, de 25%, na importação de trigo. A suspensão temporária dos impostos visa interromper a alta dos preços dos derivados do trigo no mercado interno Segundo Pih, ainda falta a Câmara de Comércio Exterior (Camex) confirmar a prorrogação do prazo de 31 de julho para 31 de agosto para a internalização do trigo importado sem Tarifa Externa Comum (TEC), de 10%. Como a Argentina parou de exportar trigo, o governo brasileiro autorizou a indústria moageira a importar até 2 milhões de toneladas sem TEC para garantir suprimento interno. Mas os moinhos alegaram que o tempo era curto para negociar o trigo nos Estados Unidos e no Canadá e recebê-lo no Brasil no prazo inicialmente fixado. Quando anunciou o pacote de desoneração tributária para o setor trigo, na primeira quinzena de maio, o governo autorizou o desembarque do trigo com TEC zero até o final de agosto. "Falta agora a Camex confirmar a nova data", diz Pih Segundo ele, já teriam sido contratadas pelos moinhos brasileiros cerca de 1 milhão de toneladas de trigo de fora do Mercosul. A indústria moageira também espera contar com as 100 mil toneladas de trigo prometidas pela Argentina na semana passada. Mas quando a indústria ainda tentava entender as regras para importação - que prevêem limite de 2 mil t/dia por empresa, identificação do comprador no Brasil e da carta de crédito - o setor rural argentino voltou a interromper a comercialização de grãos. O mercado está fechado até pelo menos terça-feira (2) Para os moinhos brasileiros, a proximidade com a Argentina garante a matéria-prima num prazo mais curto e com um custo de frete menor. Nesta quarta-feira, o frete para trazer trigo do Golfo do México até Santos é de US$ 95/tonelada contra US$ 45/t da Argentina para o porto paulista. Sem o adicional de frete, o trigo americano, cotado hoje a 331 t FOB para embarque em julho, chegaria ao porto de Santos a US$ 431/t, ou R$ 717/t, de acordo com Pih. Por conta disso, os preços do trigo nacional estão pressionados. No Paraná, vendedor oferta o produto a R$ 750 a tonelada no interior, mas comprador de São Paulo não paga mais que R$ 700/t, segundo um corretor. Moinhos menores da região, com dificuldade para importar, são os únicos a pagar os preços pedidos pelo vendedor