postado em 30/05/2008 12:06
A nota de grau de investimento concedida nesta quinta-feira (29/05) ao Brasil pela agência de classificação de risco de crédito Fitch não deve trazer grandes mudanças à economia do país, prevê o coordenador do grupo de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação pública federal vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Nonnenberg. "Este novo grau de investimento (o segundo concedido por uma agência de risco em menos de um mês) pode trazer algum impacto, mas diria que será marginal", afirmou o economista, especializado em economia internacional.
Nonnenberg comentou que a primeira classificação do Brasil como grau de investimento foi dada ao país pela Standard & Poor's (S) no mês passado e "não trouxe nenhuma mudança significativa, a não ser na Bovespa". Ele considera, porém, que parte da variação na Bolsa brasileira se deve às ações da Petrobras, e não ao grau de investimento. "Por enquanto, o grau de investimento não alterou a entrada de capital externo no Brasil de maneira geral", disse.
De acordo com ele, mesmo as restrições para investimentos de fundos de pensão existentes para países com menos de duas classificações como grau de investimento não justificam esperar maior entrada de recursos no Brasil, porque já havia formas de estas instituições ingressarem seus recursos no País indiretamente. "Hoje em dia, com a sofisticação no mercado financeiro, quem quer aplicar, aplica", disse.