postado em 01/06/2008 15:53
O presidente Lula aproveitou a conversa com os jornalistas neste domingo (01/06) na embaixada do Brasil em Roma para lançar uma nova investida contra os interesses comerciais em torno do preço do petróleo.;Acho que hoje vivemos uma especulação no mercado futuro de petróleo. Não tem nenhum sentido o petróleo estar a US$ 135,, US$ 140, o barril. Dizer que é apenas aumento do consumo do China não é convincente. Tenho convicção de que o preço do petróleo na bomba de gasolina não chega a US$ 35;, disse. Assim que ele regressar ao Brasil, fará uma reunião com o presidente da petrobrás, Ségio Gabrieli, para discutir esse assunto.
O presidente levanta a bola do preço do petróleo dois dias antes de seu esperado pronunciamento na FAO, onde fará uma defesa do biocombustível da cana de açúcar. ;Se levarmos em conta o custo da exploração de petróleo, levarmos em conta quantos países têm tecnologia para fazer plataforma, sonda, vamos chegar á conclusão que a produção de biocombustíveis atende a uma camada imensa de países. Têm dez que produzem petróleo e pode ter 160 produzindo biocombustíveis;, diz o presidente, que vê essa perspectiva como a saída para os países pobres da África, América Latina e Caribe gerarem empregos. Ele citou inclusive que técnicos da embrapa já estão pesquisando o solo de países da África para comparar as savanas com o cerrado brasileiro.
Vários chefes de estado só confirmaram presença ao encontro depois que Lula confirmou a sua. Eis aqui, uma prévia do que ele dirá: ;Esse encontro da FAO é a grande oportunidade de começarmos um debate mundial. Não tenho uma posição absolutista. Me curvarei quando alguém disser, olha, nós temos um combustível que não vai ocupar um milímetro de terra, não ocupa nada e é menos poluente.A verdade nua e crua é que o Brasil apresentou a única alternativa consistente no mundo. A única;, diz ele, que chega com dados e estudos para mostrar que não está brincando. Junto com o preço do petróleo, a crise do subprime nos Estados Unidos, este é o tema que Lula pretende dedicar a maior parte do seu tempo. Em novembro, por exemplo, ele reunirá especialistas de todo o mundo em Brasília especificamente para discutir as novas matrizes energéticas.