postado em 02/06/2008 15:54
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse nesta segunda-feira (02/06) que o governo deve reduzir o volume de energia assegurada quando for leiloar a da usina de Belo Monte, próximo grande projeto hidrelétrico a ir a leilão, hoje em fase de licenciamento. Segundo ele, a medida será adotada para todos os próximos leilões de energia, seguindo estratégia do governo para reduzir o risco de déficit de energia, hoje na casa dos 5%.
A energia assegurada representa o volume que cada usina garante ao mercado, geralmente menor do que sua potência total, pois varia de acordo com a vazão do rio. "Na prática, seremos mais rigorosos com quanto cada usina pode comercializar", explicou Tolmasquim.
A medida só vale para as novas usinas. As atuais serão complementadas com energia gerada a partir do bagaço de cana, que será contratada em leilão marcado para o próximo dia 31. Há uma decisão do governo em reduzir o risco de déficit, mesmo que o custo da energia aumente um pouco no processo. Tolmasquim, porém, não quis adiantar qual o nível de redução do risco nem qual o impacto na tarifa, alegando que tais detalhes dependem dos resultados dos leilões futuros.
Para o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelmann, o Brasil já tem maturidade econômica suficiente para pagar um pouco mais pela confiabilidade do setor elétrico. Segundo o presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz a usina de Belo Monte tem uma capacidade de 11.156 megawatts (MW), mas terá uma geração média de 4.780 MW, segundo o projeto atual