postado em 02/06/2008 18:22
As bolsas americanas fecharam em baixa nesta segunda-feira (02/06), com notícias macroeconômicas e corporativas que mostraram que a crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") ainda não acabou.
O Dow Jones Industrial Average, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York, fechou em baixa de 1,06%, a 12.504 pontos, enquanto que o ampliado S 500 perdeu 1,05%, a 1.385 unidades. Já a Bolsa tecnológica Nasdaq teve o indicador Nasdaq Composite fechando com recuo de 1,23%, para 2.491 pontos.
Bancos
O principal sinal de que a crise do subprime ainda está firme foi a movimentação ocorrida nas chefias dos bancos Wachovia e Washington Mutual, respectivamente o quarto e quinto maiores bancos dos Estados Unidos.
O banco Wachovia comunicou que o executivo-chefe Ken Thompson se retirou do cargo a pedido do Conselho de Administração da empresa. No primeiro trimestre deste ano, o banco teve prejuízo de US$ 708 milhões.
Já o Washington Mutual tirou da presidência Kerry Killinger - que, no entanto, irá permanecer como executivo-chefe da instituição. No primeiro trimestre, o Washington Mutual teve uma perda de mais de US$ 1,1 bilhão e fez reservas de US$ 3,5 bilhões para cobrir inadimplências em pagamentos de empréstimos. Killinger, 58, é executivo-chefe do banco desde 1990 e esteve na presidência desde 1991.
As notícias dos dois bancos causaram preocupação entre os investidores, quanto aos efeitos da crise de crédito no país, que ainda se fazem sentir entre as instituições financeiras americanas.
Macroeconomia
As notícias macroeconômicas também não deram motivos para os investidores mudarem de ânimo ao longo dos pregões.
O Instituto de Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) informou que o índice referente à produção manufatureira americana em maio teve ligeiro ganho, mas manteve desempenho abaixo de 50 pontos - limite que separa a expansão da contração no setor.
O Departamento do Comércio, por sua vez, informou que os gastos no setor de construção no país caiu 0,4% em abril, seguindo-se a uma queda de 0,6% em março. O setor de construção vem apresentando dados problemáticos desde setembro, quando a crise no mercado imobiliário americano atingiu nível crítico.
Os gastos na construção residencial caíram 2,3%. Foi o 26° declínio consecutivo nesse segmento. Já no setor de construção não-residencial houve um crescimento de 1,6%.