postado em 03/06/2008 15:14
A perspectiva de aumento drástico da taxa Selic amanhã derruba a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta terça-feira (03/06). A queda generalizada dos papéis é puxada, principalmente, pelas ações mais movimentadas do pregão: Vale do Rio Doce e Petrobras.
"Eu vejo dois fatores principais agindo hoje na Bolsa. Primeiro, a expectativa do que pode ocorrer amanhã na reunião do Copom, e o impacto que pode ocorrer no crédito. Segundo, nós temos que lembrar que a Bolsa subiu muito fortemente [quase 14% no mês] e tem muita gordura para queimar", afirma César Alberto Lopes, gerente operacional Bovespa, da corretora SLW.
Embora uma parcela majoritária dos analistas acredite que o Comitê de Política Monetária (Copom) vá ajustar a taxa básica de juros (11,75% ao ano) em 0,50 ponto percentual, uma corrente de economistas acredita em um aumento ainda mais drástico: 0,75 ponto percentual. Para esse grupo, a autoridade monetária precisa elevar ainda mais a dose do "remédio" (juros altos) para conseguir domar as expectativas de inflação, que se afastaram da meta deste ano (4,5%).
O Ibovespa, termômetro dos negócios, despenca 2,76%, para os 69.915 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,28 bilhões.
O dólar comercial é negociado a R$ 1,628 para venda, em declínio de 0,30%. A taxa de risco-país atinge 181 pontos, número 1,68% inferior à pontuação final de ontem.
Europa
Na Europa, as principais Bolsas de Valores concluíram o expediente com ganhos, a exemplo de Londres (0,83%) e Frankfurt (0,14%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York retrai 0,96%.
EUA
Entre as primeiras notícias do dia, o presidente do Federal Reserve (banco central americano), Ben Bernanke, sinalizou que a autoridade monetária deve manter a atual taxa básica de juros (2% ao ano). O colegiado do Fed volta a se reunir no final deste mês.
"Por enquanto, a política (monetária) parece bem posicionada para promover crescimento moderado e estabilidade dos preços", disse ele, em discurso nesta manhã. Ainda sobre a economia americana, o Departamento de Comércio dos EUA informou que os pedidos às indústrias registraram um aumento de 1,1% em abril, contrariando as expectativas dos economistas, que previam um avanço de apenas 0,1%.