postado em 03/06/2008 16:18
O novo acordo automotivo entre Brasil e Argentina, que entra em vigor em julho deste ano, deve ajudar a transformar os dois países no quarto maior produtor de veículos do mundo.
A produção anual deverá chegar a 6 milhões de veículos (5 milhões do Brasil e 1 milhão da Argentina) até 2013, ano em que os dois países passarão a adotar o livre comércio, segundo o acordo assinado na semana passada. Os dois países ficariam atrás apenas do Japão, China e EUA.
Esse é o terceiro acordo automotivo assinado entre os dois países desde 2000. A principal mudança está na cota limite de importação, que passará a favorecer a Argentina.
Hoje, para cada US$ 100 exportados de um país para o outro, podem ser importados US$ 195, em contrapartida, sem pagamento do imposto de importação de 35%. Essa cota será mantida para o Brasil no novo acordo. No caso da Argentina, no entanto, ela será elevada de US$ 195 para US$ 250.
Segundo o secretário Armando Meziat, do Ministério de Desenvolvimento, essa diferença irá incentivar novos investimentos na Argentina, que terá um incentivo para exportar mais. Em troca, ficou acertado que, a partir de 2013, haverá livre-comércio entre os dois países.
"Os automóveis ainda não estão dentro do Mercosul. Se não tivesse esse acordo, teríamos de pagar a tarifa de importação", afirmou Meziat.
Ele destacou que, na prática, esses limites de importação sem tarifa não devem ser atingidos, como já acontece hoje. As novas regras serviriam, por tanto, apenas para incentivar investimentos no país vizinho.
Além disso, o aumento das exportações de carros argentinos para o Brasil deve favorecer as vendas de autopeças brasileiras para a Argentina.
"Esse acordo de seis anos dá uma previsibilidade maior para os investidores", afirmou.