Economia

Petróleo fecha abaixo dos US$ 125, com temores sobre demanda

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postado em 03/06/2008 16:53
O preço do petróleo perdeu mais de US$ 3 nesta terça-feira em Nova York e o barril voltou a ser cotado abaixo dos US$ 125. As negociações foram balizadas pelos sinais de uma retração na demanda da matéria-prima após as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, que fortaleceram o dólar, moeda na qual a commodity é negociada. Os contratos do barril de petróleo para entrega em julho encerraram, na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), cotados a US$ 124,31, em queda de 2,7% em relação ao fechamento de ontem (US$ 127,76). "Até agora, o mercado temia que a demanda por petróleo fosse afetada na Europa e nos Estados Unidos, em conseqüência da desaceleração econômica anunciada. A novidade, agora, é que o mercado se questiona sobre a demanda nos países emergentes. Até agora, os consumidores destes países estavam protegidos pelos preços subsidiados dos combustíveis", disse Veronica Smart, da consultoria Energy Information Centre. Recorde No mês passado, o barril do petróleo negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) chegou à marca recorde de US$ 135,09. Com a disparada da commodity, os países emergentes que subsidiavam os preços dos combustíveis têm renunciado ao artifício. Na semana passada, Indonésia, Tailândia e Taiwan abriram o caminho. Malásia foi o último país a anunciar a liberação dos preços. Por outro lado, os fundos especulativos realizaram vendas ante à recuperação do dólar, informaram analistas. O euro era negociado em torno de US$ 1,54 em relação aos US$ 1,55 de segunda-feira (2). Fed A valorização do dólar contou com as declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, que sinalizou ser improvável que os juros do banco continuem a cair devido às preocupações quanto à inflação - o Fed cortou sua taxa de juros sete vezes consecutivas entre setembro de 2007 e abril deste ano, de 5,25% ao ano à época para os atuais 2% ao ano. A avaliação dos analistas é de que o Fed deve deixar sua taxa de juros em 2% na próxima reunião do banco, programada para os dias 24 e 25 deste mês e, provavelmente, até o fim do ano (alguns falam em um ligeiro aumento mais perto do fim do ano, se a inflação registrar alta). A fala de Bernanke foi vista como sinal de que a taxa atual é suficiente para promover o crescimento sem perder o controle da inflação. Segundo Bernanke, os sete cortes consecutivos dos juros, além de um pacote de US$ 168 bilhões do governo para estimular o consumo, na forma de incentivos fiscais para consumidores e empresas, devem trazer "condições econômicas algo melhores" no segundo semestre. Ele disse ainda que os altos preços do petróleo são uma lâmina de dois gumes, que podem afetar um crescimento já fraco --a economia americana cresceu 0,9% no trimestre passado, depois de um crescimento ainda menor, de 0,6%, no quarto trimestre de 2007-- e ainda impulsionar a inflação --em abril, os preços no atacado subiram 0,2%, mas em março haviam registrado avanço de 1,1%; já os preços ao consumidor também subiram 0,2% em abril, contra 0,4% um mês antes.

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